A sina de quem viveu a década de 90 era mais ou menos assim: acordar cedo, sem ao menos ter dormido, pensando no clássico brasileiro que teríamos logo mais, ir para a escola a pé passando na casa dos velhos amigos, cada qual com seu time, mas ninguém, ou poucos além de você, com "la bestia negra". A camisa do Cruzeiro era acessório obrigatório debaixo do uniforme; isso quando não estava frio e colocávamos luvas, cachecol e touca. Prestar atenção na aula? Como? O foco era debater apenas as possibilidades de confrontos, a estrela do jogo, o mineirão lotado. O que meu time poderia fazer era para os outros o improvável, mas para nós, o trivial, afinal, não tínhamos uma estrela, mas uma constelação. Chegando da escola, o objetivo era almoçar rápido, e pouco, pra jogar bola a tarde com os amigos (gol a gol, controlinho, contra, etc). A graça? Todo mundo tinha um nome, dizia que era alguém (do seu time); não como hoje, que só tem Neymar, CR7 ou Messi. O goleiro se entitulava Dida, na latera tinham vários Sorins, magros e até gordinhos, no meio Ricardinho, Valdo, até Djair tinha (geralmente aquele que chutava forte), enfim, não dá pra falar em todos, mas a rotina se encerrava quando ao final da tarde era hora de se preparar, tomar banho e procurar o bar mais próximo, pois Sky era coisa pra poucos e o sonho do Mineirão, de acompanhar de perto era ainda sonho! O legal mesmo era ficar de pé, na porta, do lado de fora, já que uma mesa para quem não tinha dinheiro e precisava consumir algo era artigo de luxo. Anos bons, times bons, competitividade e temor dos adversários. Que na próxima semana (27/09) eu reviva este momento e que meu filho tenha a oportunidade de sentir o que é ser Cruzeiro! #quandoamagiacomecou #sociocruzeirodigital #depaiprafilho #copadobrasil #sociodesde2009
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