Balão de Couro: Prélios de uma época memorável

PREÂMBULO

Nas tardes de um domingo qualquer, esperada com grande ansiedade, usando as vestimentas de ir à missa, os homens de terno e muitos com chapéus, e as mulheres, com vestidos que iam além joelhos, algumas também com chapéu, mas na sua maioria levando uma sombrinha colorida, em pé, eles e elas, encostados na cerquinha que margeava as quatro linhas, sentados na arquibancada ou no lugar preferido delas, atrás das goleiras, infernizando a vida dos arqueiros, iam à loucura quando a meta contrária era derrubada por um tento bonito ou nem tanto. Chapéus iam ao ar, sombrinhas, algumas abertas, sofriam um giro antes de serem alçadas, outras fechadas e utilizadas como um dedo em riste, que juntas às varias palavras de ordem, intimidavam o guarda-metas ou seus companheiros de linha, quando passavam por ali para apanhar uma bola que teve destino à linha de fundo. Tudo isso era proporcionado pelo “Esporte Rei”, o futebol, principal e talvez a única e melhor forma de lazer e socialização em uma época, para uns tão longa, para outros, ainda não.

Buscando rememorar para os poucos remanescentes e contar para os de agora essas passagens aqui relatadas, muitas impressas em semanários da época que estão se desintegrando, e outras, guardadas nas mentes de testemunhas oculares, que aos poucos estão indo embora. Num ajuntamento de fatos, tentando manter uma ordem cronológica de prélios épicos e antológicos, esses relatos têm um fim geral e específico, que é homenagear e contar um pouco sobre essas pessoas, alguns, craques que peregrinaram entre os esquadrões, e outros, fieis a um só. Com o objetivo de eternizar e deixar para sempre seus nomes registrados nos anais futebolísticos, frustra-se um pouco o autor porque, diante da impossibilidade, não foi possível registrar o nome completo de alguns protagonistas que já partiram e tiveram somente o seu primeiro nome registrado.