O Mundo de Orgulho e Preconceito de Jane Austen

Susan J. Wolfson (2009) argumenta que a leitura ou, mais especificamente, a releitura, é o tema principal por meio do qual o enredo de Orgulho e Preconceito (1813), de Jane Austen, é articulado. É por meio da “leitura cuidadosa” da carta de Darcy que Elizabeth encontrará “o homem que, em disposição e talentos, mais se adequaria a ela” (p. 312). Para Wolfson, a prática interna da leitura no enredo do romance emula a experiência desejada pela autora em busca não de um marido ideal, mas de um público leitor cujas expectativas se casariam perfeitamente com o projeto ficcional por ela desenvolvido. Assim, Orgulho e Preconceito “transbord[a] em cartas, na linguagem dos costumes e comportamento, conversas e comentários casuais, relatórios e fofocas, e um vasto sistema de sinais de família e conexões, propriedades, casas, carruagens, móveis e decoração”. Todos esses elementos, Wolfson nos diz, “se tornam objetos de leitura implícita ou provocada”. Em um romance originalmente intitulado First Impressions, impressões superficiais são questionadas continuamente pelo incentivo maciço da narrativa à prática da releitura.

Partindo do argumento de Wolfson de que Orgulho e Preconceito “não é apenas um romance de releituras, mas um laboratório para a prática”, este curso propõe um mergulho na obra mais popular de Jane Austen que proporcione uma experiência rica e contextualizada de leitura e releitura para admiradores da romancista. A partir de um debate centrado em uma série de contribuições da crítica especializada, analisaremos a estética do romance, questões ligadas à legislação fundiária que fundamentam a regra de sucessão que exclui as garotas Bennet e favorecem seu primo, além de pensar a construção de Elizabeth Bennet e o impacto duradouro da personagem nas letras inglesas.

O curso é voltado para todo leitor de Jane Austen.