Yumi, este livro que não é mais seu!

Não tente entender. Esta é uma história que eu também não entendo. “Quem é Yumi?” muitos se perguntam. “E quem não é?”, eu respondo com um ar de satisfação. Yumi é aquilo que precisa-se tirar de dentro e mesmo assim não se tira. Yumi é o próprio mar que horas afaga, horas afasta. Onde os vários personagens que escrevem este livro e que horas também, são apenas um, perdem-se, afogam-se, inebriam-se e confundem-se a cada onda mais forte, a cada tom mais esverdeado, a cada vela içada pro lado errado. Âncora jogada ao fundo do mar, timoneiro sem direção, um apelo de morte e vida em um amor tão visceral quanto comum.

É aquilo que não se esquece, mas que também já nem se lembra mais. É uma dessas histórias de marinheiro, um desses amores que ficam no porto, acenando com lágrimas nos olhos o adeus e que com o coração nas mãos e um pouco de fé um dos dois sempre espera que haja um tempo de poder voltar.

Yumi sou eu, é você, Yumi é alguém que um dia já sentiu amor e viu a vida colorir com tons que hoje só se vê na memória. Que já teve um samba de crioulo doido sendo tocado pelo coração que já não pulsa mais do mesmo jeito que pulsava antes. É todo amor sentido, perdido, revigorado, é todo passado, futuro e infinito. Assim, meio mar mesmo.