Escrevi esse livro aos meus 17 anos com muito pesar no coração, depois de um término doloroso. Muitas coisas precisavam ter sido ditas, mas não foram e ficaram entaladas em minha garganta, me sufocando até virarem poesia. Perdoem a falta de coerência de alguns trechos, o amor não tem coerência mesmo. Muito menos a dor. Esse livro é o meu desabafo, é a cena de teatro que eu apresentei sem ensaiar, sem estar preparada, sem roteiro, nua e desamparada. Mas o que é um artista senão um transformador da catástrofe em arte?
Se eu pudesse, teria acrescentado algumas vírgulas a mais, ao invés de pontos finais, teria feito melhor, mas assim é a vida e devemos nos orgulhar de cada passo dado, cada palavra escrita, cada sentimento superado. No final, a gente sempre vai achar que podia ter feito melhor.