A noite em que a lua caiu no açude

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O que tenho em mãos não é propriamente um livro, é um encante oculto da lua e do sol brincando no açude com os meninos da avó. A autora enxerga tudo pela fresta de seus olhos infantis. O amor é chave do portão sagrado da alma. Sua poesia irrompe os portais rumo ao perpétuo. Seria imaginação da poeta? O que é real? O que é a imaginação senão correr no jardim e beijar os pés do Deus? Fantasia de criança e de velho. Será? Ora, no céu não tem adulto.

Vantagens
Detalhes

A noite em que lua caiu no açude é também um inventário do cotidiano dessa gente acreana que herdou o caos como irmão ou companheiro em imagem e linguagem, se é que podemos separar uma da outra: ‘’roupa para coarar’’ ‘’o marido bêbado na cama’’. Francis Mary é a poesia a serviço da vida. Talvez por isso ela encerre este trabalho bradando: “está faltando um pedaço”!É claro que está faltando um pedaço, se não permitem que sejamos inteiros!

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Francis Mary Alves de Lima

1 Ano Hotmarter

Francis Mary Alves de Lima, 63, poeta, a Bruxinha, nasceu em 17.04.1957, em Rio Branco – Acre. Na infância, seu avô autodidata João Cesino lhe mostrou o mundo da leitura quando lhe presenteou o livro “Thesouro da Juventude”, onde descobriu a magia dos poemas. O imaginário da floresta sempre foi a sua principal fonte de inspiração, pois seus avós lhe contavam histórias da mata e dos seres mágicos que a habitam. Com 17 anos pu- blicou seu primeiro poema, “Detalhe”, na folha literária “Contex- to Cultural”, do jornal “O Rio Branco, coordenada por Clodomir Monteiro. Nessa época, começou a falar seus poemas em bares, teatros e atos públicos em defesa da floresta e da democracia. Em 1982, na “geração mimeógrafo”, publicou “Akiri, um Grito no meio da Mata” (1982), ilustrado por Hélio Melo, com poemas inspirados na luta de Chico Mendes e dos Povos da Floresta. Chico foi o primeiro comprador desse livro, adquirindo 8 exemplares para distribuir aos seus companheiros de Xapuri. Ainda em 1982, publicou “Gota a Gota”, também mimeografado. Em 1984 apresenta seu primeiro recital com poemas de “Akiri, um grito no meio da mata”. Tempos depois, passou a integrar a Academia Acreana de Letras.