De Patinho Feio a Cisne Negro: Os efeitos psicossociais do racismo

Por essas folhas, encontra-se um material de extrema relevância para conhecer a história de um Brasil em que a ideologia do embranquecimento e o pacto da branquitude é uma de suas marcas. Apresenta-se um trabalho genealógico aos modos de Michel Foucault, ressaltando que por trás das vidas infames reclusas no sistema carcerário, há uma produção de discursos que sustentam tais práticas.

O Brasil é um país que tem em sua composição, pessoas negras que não se reconhecem como tais, devido ser minoria no quesito da educação superior, em cargos de poder, trabalhos de entretenimento na mídia brasileira, ou na produção de conhecimento. Ao mesmo tempo, frente a tais analisadores, são/somos maioria em cargos inferiores. Nossa cor, é gravada nas profissões como: trabalhadoras domésticas, profissionais do sexo, ou mulheres desempregadas que exercem o trabalho doméstico em seus lares gratuitamente. A questão não está em exercer essas ocupações, porém, é questionar que tais serviços trabalhistas ainda são mal remunerados, ou quando são, ocorre por hora∕mês atingindo um valor inferior em vista das demais profissões.

Enfim, encontrará nesta obra, narrativas políticas a partir de uma pesquisa implicada, em que a pesquisadora se permitiu doar seu tempo a essas vidas infames, anônimas, bem como escreviver a respeito de si, e de seus afetos ao experimentar habitar o contexto prisional. Por fim, de certo modo, essa pesquisa que se transforma num livro, conta a história de um país.