Notas despretensiosas sobre o desenvolvimento nos paises de industrializacao tardia
Este pequeno livro tem como objetivo aportar humildes contribuições, à luz da Sociologia do Desenvolvimento, sobre as estratégias soberanas de desenvolvimento econômico adotadas pelos países atualmente industrializados.
O capítulo inicial aborda o bloqueio, no âmbito das universidades que adotam a perspectiva neoclássica da economia, da difusão ou mesmo da mais leve menção a outras correntes econômicas. São delineados os fatores fundamentais que determinam a hegemonia midiática, acadêmica e cultural do paradigma teórico neoclássico da ciência econômica, responsável pela sustentação e justificação da estrutura assimétrica da economia mundial.
O segundo capítulo contempla premissas básicas, para todo estudioso dos processos histórico-sociais, com vistas à análise da dinâmica do desenvolvimento econômico. Procede-se a uma análise teórica e histórica dos modelos de desenvolvimento adotados pelos países industrializados, fazendo-se o contraponto com os modelos atualmente impostos aos países não industrializados pela macroestrutura global de poder político-econômico aludida no primeiro capítulo.
Dessa forma, concentrar-se-á em duas perspectivas teóricas, a saber, a primeira a neoclássica, utilizada para fundamentar a ideologia do “livre-comércio”, e a segunda a desenvolvimentista, com a qual se desvela as fragilidades de sua corrente antagônica e se fornece a fundamentação teórica e empírica adotada pelos países que conseguiram se industrializar.
O capítulo é encerrado com o caso da Coreia do Sul, usado como modelo dos países que recusaram a ingerência da mencionada macroestrutura global de poder, e colocaram em ação uma estratégia de transformação industrial ao longo de décadas, diametralmente oposta à prescrita pela economia neoliberal. Mostrou-se como o êxito da estratégia desse país asiático o catapultou de uma pobre nação de economia rural para uma das maiores potências tecnológicas do mundo.