O Orador do Mestre Raimundo Irineu Serra: diálogos, memórias e artes verbais
Na pesquisa realizada e na escritura aqui tecida, me aproximo e procuro dialogar com Luiz Mendes; com as memórias ancoradas em seu corpo vivo e a voz poética que desse corpo emana. Uma voz que ressoa no interior e a partir da doutrina do Daime, de êxtases místicos, de contextos amazônicos. E, em contato/diálogo com esse ancião, e com a comunidade estabelecida ao seu redor, me proponho a revisitar uma dimensão da "cultura daimista". Os contos, cantos e preleções apreciados trazem à tona saberes constituídos no interior e a partir da epistemologia da Ayahuasca, da ciência do Daime, de estéticas das diásporas. Tradições e literaturas vivas forjadas no caldeirão de circularidade de pessoas e culturas no mundo que, embora sutilmente e dentro de processos de conformismo e resistência, subvertem padrões hegemônicos e podem contribuir para descolonizar os imaginários.
Saberes e fazeres donde floresce a poética daimista de Luiz Mendes do Nascimento, o Orador do Mestre Raimundo Irineu Serra.
*Seguindo ao lado de sua esposa e de sua grande família uma longa trajetória de vida dedicada ao Daime, esse ancião nascido em 1940 no seio da Amazônia acreana (e falecido em 2019) constituiu um acervo vivo da doutrina do Mestre Irineu. Orador, xamã, poeta da diversidade, narrador, professor, artista do verbo, contador de histórias, homem memória, arauto do Rei Juramidam, jogral de Deus, centurião, conselheiro, festeiro, rouxinol; o padrinho Luiz.
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