8 erros de português que podem comprometer a qualidade de suas videoaulas
Entenda como não perder a credibilidade com sua audiência.
O que veremos nesse post:
Existem alguns erros de português que podem comprometer suas videoaulas, fazendo com que você perca credibilidade perante o interlocutor.
A maioria desses erros, quando não diz respeito exatamente à mensagem que está sendo transmitida, tem a ver com o uso adequado de nosso idioma. O português é uma disciplina complicada que, muitas vezes, não nos foi introduzida da maneira ideal no colégio.
Por causa disso, aprender a falar corretamente é um exercício constante. Principalmente para quem faz aulas em vídeo para a internet. Descobrir o que são pronomes e substantivos, aprender algumas dicas de sintática, exercitar a prosódia e se preparar com antecedência para evitar erros que podem comprometer suas videoaulas são alguns dos recursos que temos em mãos.
No texto de hoje, você vai aprender quais são os conhecimentos necessários para que você consiga fazer videoaulas sem embaralhar suas frases ou transmitir a ideia errada. Use essas dicas sempre que possível para melhorar suas produções.
1. Conjugar o verbo “ser” sem necessidade
Um dos principais equívocos que cometemos ao falar português está na conjugação equivocada de alguns verbos. Isso acontece, principalmente, porque nossa língua tem como uma de suas características os verbos invariáveis.
Verbos invariáveis são aqueles que, em uma série de situações, não podem concordar com quantidades, pesos, medidas ou preços, como no caso do verbo “ser”.
Começamos com esse exemplo por um motivo simples. O verbo “ser” é um dos que mais utilizamos no dia a dia e precisa ser dominado antes de todos os outros. Por isso, sempre que suas frases forem como as abaixo, lembre-se de não conjugá-lo:
- Cem reais é suficiente para pagar pelo jantar.
- Duzentos grama é mais que o bastante.
Acostume-se com a ideia de usar esse verbo no singular, mesmo que inicialmente a frase pareça estranha. Os membros mais atentos do seu público com certeza notarão a diferença.
2. Confundir “ao invés” com “em vez”
Outro problema comum na oralidade é a confusão entre os termos “ao invés” e “em vez”.
O fato de que a pronúncia de ambos é tão similar não ajuda a maioria das pessoas a entenderem a diferença entre os dois. Mas, agora, você descobrirá de uma vez por todas como cada um deve ser usado.
O “ao invés” sempre representa oposição. Então, “ao invés de ir pela direita, foi pela esquerda” e “ao invés de subir, desceu” são frases corretas.
Todavia, “ao invés de escrever um e-mail mandou um telegrama” é a forma equivocada de expressar essa ideia. Porque “em vez de” é a expressão que você procura quando substitui uma coisa por outra.
Então, lembre-se sempre disso antes de escolher por um dos dois termos e, se tiver alguma dúvida, consulte alguma fonte de referência.
3. Empregar o “maiores informações”
Sabe quando no final da sua videoaula você solicita que o aluno confira “maiores informações” em uma determinada página da internet?
Isso pode acabar com a sua credibilidade. E o motivo é que “maiores informações” estabelece um comparativo, quando, na verdade, você queria apenas dizer que ele pode encontrar em um site informações adicionais.
“Maiores informações” é o oposto de “menores informações”. Ou seja, trata mais da relevância de uma fonte com relação a outra.
Opte, nesse caso, sempre pelo termo “mais informações”, que está gramaticalmente correto.
Exemplo:
- Para mais informações, entre em contato pelo e-mail.
- Veja mais informações em nosso site.
4. Se distrair e usar “meio-dia e meio”
As expressões “meio-dia e meio” e “meio-dia e meia” costumam despertar a dúvida de muitos de nós.
Da forma como soam, ambas podem parecer corretas, embora apenas uma delas esteja. É que, quando falamos, não nos damos conta de que “meio/meia” se refere à metade de uma hora.
Como a hora é um substantivo feminino, não podemos dizer “meio-dia e meio”. Nesse caso, estaríamos implicando a existência de “meio hora”, o que não é adequado.
Se quiser se referir à décima segunda hora do dia e mais trinta minutos, opte sempre por “meio-dia e meia”.
5. Aplicar o advérbio “onde” da maneira errada
Um dos advérbios mais mal utilizados na língua portuguesa é o “onde”, que é um advérbio de lugar. Os advérbios de lugar dizem respeito unicamente a um espaço físico. Ou seja, sempre que a palavra “onde” aparece para se referir a um acontecimento, por exemplo, ela está equivocada.
A confusão se dá por um motivo muito simples. É que “onde” pode ser substituído por “no qual”. Então, muitas pessoas acreditam que “no qual” sempre pode ser substituído pelo “onde”. Por causa disso, frases como essas são erros de português:
- Fui ao show onde mostraram as novas canções do Skank.
- Entreguei o texto onde descrevo os maiores problemas da cidade.
Sempre que utilizar o “onde”, busque associá-lo a um lugar físico. Caso tenha alguma dúvida na hora de falar, opte pelo “qual”, que assegura a correção gramatical da sua frase.
6. Flexionar o “milhão”
Os numerais se comportam de uma maneira distinta de outras palavras, ou seja, é preciso estar sempre atento como nos referimos a eles.
Isso porque a unidade “milhão” (e o “bilhão” ou “trilhão” também) só é flexionada a partir da segunda unidade inteira. Ou seja, quando nos referimos a qualquer fração, precisamos mantê-la no singular.
Por causa disso, é sempre “R$1,5 milhão” ou “R$1,3 milhão”. A palavra só aparecerá no plural em construções como “R$2 milhões” ou R$5 milhões”.
7. Flexionar o “haver” no sentido de existir
Assim como o verbo “ser” tem suas particularidades, o “haver”, no sentido de “existir”, não é conjugado na Língua Portuguesa.
Isso acontece porque, quando a palavra “haver” é empregada nesses contextos, ela jamais tem sujeito. É impossível, portanto, que concorde com qualquer outro elemento da frase, pois é ao sujeito que os verbos estão subordinados.
Há ainda mais uma situação na qual o “haver” não é conjugado. Ela acontece todas as vezes que falamos do tempo, como “há dois anos que não lhe vejo”.
O único outro verbo que se comporta dessa maneira e também cria frases sem sujeito é o “fazer”. Quando ele aparece indicando tempo, não pode ser conjugado. Por causa disso, as frases abaixo podem parecer erros de português, mas estão todas corretas:
- Há tempos que não vou à praia.
- Deve haver muitas pessoas chateadas com você.
- Há vários membros do parlamento nesse jantar.
- Faz cinco anos e meio que estou tentando conseguir minha segunda cidadania.
- Faz sol há dois dias, mas amanhã vai chover.
8. “A nível de” e “em nível de”
Muita gente gosta de utilizar o “a nível de” para dar a ideia de relação entre uma coisa e outra. Entretanto, essa não é sua função. O “a nível de” existe apenas para determinar que dois itens estão a exata mesma altura.
Já o “em nível de” também costuma ser usado fora do contexto adequado. Embora a expressão exista, ela sempre compara níveis, como os de uma organização.
Então, “em nível de gerência” é uma forma adequada de utilizá-la, caso no qual o “a nível de” não faz nenhum sentido.
Fique atento ao uso desses termos e verifique se você não os tem aplicado com os sentidos trocados.
Conclusão
A maneira mais simples de acostumar-se a não cometer erros de português como esses é estudar um pouquinho da língua todos os dias. Mas, nem sempre, isso é possível quando um Produtor de conteúdo tem uma vida atarefada e precisa concluir uma série de tarefas em pouquíssimo tempo. Por isso, o hábito da leitura pode ser seu maior aliado nessa empreitada.
Ainda que você não se dedique a ler os clássicos, pode sempre optar por materiais autoritativos nos assuntos que mais lhe agradam.
Ao se preparar para uma videoaula, por exemplo, busque conteúdo em artigos acadêmicos e em blogs com bastante credibilidade. É muito raro que páginas assim contenham erros de português grotescos, e o mero fato de você acostumar-se com a leitura delas fará com que aplicar certas construções frasais fique mais simples.
Da mesma forma que ao aprender um novo idioma fazemos o máximo de esforço para entrar em contato com ele, reproduza esse comportamento com relação à Língua Portuguesa. Não há nenhum malefício em se tornar um falante mais habilidoso do próprio idioma, e essa atividade ajudará você a evitar erros de português que podem comprometer suas videoaulas.
Afinal, não há nada mais chato do que ser corrigido enquanto você tenta explicar algo, não é mesmo?
Embora todos estejamos propensos a falhar aqui e ali, fortalecer seus conhecimentos de português deixa a mensagem que se deseja passar mais clara e relevante. Ambos esses fatores influenciam no que as pessoas pensam de nós, facilitando nossa capacidade de construir autoridade.
Se algum dos erros de português citados aqui faz parte da sua vida até o momento, fique especialmente atento. A maioria dos vícios de linguagem são chamados assim porque são vícios, ou seja, difíceis de se largar. Pratique as versões corretas das expressões para ganhar familiaridade com elas.
E aí, o que achou dessas dicas para evitar erros de português que podem comprometer suas videoaulas?
Guest post produzido pela Comunidade Rock Content.