thumbnail e título - imagem de uma thumbnail em um canal de vídos

Produção de Vídeos

Como medir a qualidade da thumbnail e título de seus vídeos

Entenda tudo sobre as novas métricas de CTR (taxa de cliques) e impressões do YouTube.

Luciano Baêta

06/09/2018 | Por Luciano Baêta

O que veremos nesse post:

Se você já ficou na dúvida se o YouTube está mesmo entregando seus vídeos para os usuários da plataforma, ou se suas thumbnails e títulos são eficientes, agora, você tem como saber (ou pelo menos suspeitar com mais clareza).

Há poucos meses, o YouTube começou a implementar o YouTube Studio (ainda na versão beta), visando substituir o Creator Studio, painel onde você encontra a ferramenta Analytics, da qual já falamos aqui no blog.

menu-youtube-analytics-ctr

Na nova versão, alguns antigos pedidos de criadores foram finalmente atendidos.

Estamos falando de impressões e CTR (click through rate, na sigla em inglês) que é a taxa de cliques, e você pode conferí-los na aba Alcance.

aba-alcance-youtube-analytics

Pra quem já analisou dados de anúncios online, esses termos não são novidade. Mas se você não sabe do que se trata, vamos explicar e te mostrar como tirar melhor proveito dessas métricas.

O que é número de impressões e CTR

Resumindo bem, o número de impressões representa quantas vezes seu conteúdo foi mostrado na plataforma, seja por meio de buscas, vídeos sugeridos ou mesmo diretamente no canal. Esse é o potencial de seu vídeo.

Já a taxa de cliques diz respeito à porcentagem dessas impressões que receberam clique do usuário. É um número referente à frequência com que os espectadores assistiram ao vídeo após ver a thumbnail e o título em algum lugar no YouTube (fontes externas, como sites e outras redes sociais ainda não contam).

Assim, você pode ter um vídeo com 7,5 mil impressões (número de vezes em que ele apareceu na tela para o usuário) e um CTR de 4,7% (frequência com que esses usuários clicaram no vídeo).

O total pode resultar em apenas 1,3 mil visualizações (vezes em que o vídeo foi de fato assistido).

Não existe um parâmetro padrão para saber qual taxa de cliques é ideal ou qual o número de impressões é bom para uma certa quantidade de visualizações. Como sempre, tudo depende de diversos fatores.

Para ficar mais claro, vamos fazer uma analogia offline:

Imagine que o YouTube é um restaurante interativo com a proposta de servir produtos culinários (aqui, representando os vídeos) criados por diversos chefs (que seriam os criadores de conteúdo).

O garçom (algoritmo) leva tais produtos às mesas, de acordo com as informações que os consumidores (espectadores) registram em um menu interativo, selecionando os sabores e ingredientes que mais gostam (esses seriam os dados de usuários na plataforma, obtidos por meio de histórico, buscas anteriores etc).

Nesse caso, você, como um chef, sabe que não adianta apenas fazer um prato saboroso, é preciso dar uma cara atraente à suas guloseimas, certo?

Afinal, ninguém se arrisca a comer algo que mais parece um bolor.

Com vídeos é a mesma coisa, ninguém vai saber se seu conteúdo é bom se ele não for atrativo em primeiro lugar.

É aqui que entra a qualidade da thumbnail e do título.

A importância da thumbnail e título em seus vídeos

Para entender a importância de analisar a qualidade da thumbnail e título, vamos voltar ao exemplo do restaurante que demos no início deste post.

Vamos supor que você fez seus levantamentos e percebeu que muita gente no restaurante gosta de sobremesas e também de abóbora.

Então, você cria algo com base nesses dados e faz um delicioso doce de abóbora, deixando-o superatraente.

Assim, o garçom vai encher uma bandeja com seus produtos (porque ele sabe que os consumidores já demonstraram gostar daqueles ingredientes) e vai passar exibindo tais quitutes nas mesas.

Na analogia:

  • Cada vez que uma pessoa vê o doce na bandeja, se trata de uma impressão.
  • Cada vez que uma pessoa pega um doce, se trata de um clique.
  • Cada vez que uma pessoa come o doce, temos uma visualização.
  • Se o garçom percebe que o doce é um sucesso, ele mesmo faz questão de oferecer mais, ou seja, as impressões aumentam.

Aí é importante lembrar que, quando o garçom se anima com o bom desempenho de uma criação e passa a exibir ao público cada vez mais aquelas belas guloseimas, é provável que o aumento consumido não suba na mesma proporção das ofertas (impressões).

Nesse caso, a taxa de cliques, ou seja, a “taxa de pessoas que pegam o doce” diminui.

Vale ressaltar que apesar do CTR abaixar em uma situação desse tipo, não se trata de um acontecimento ruim, pois ainda há um aumento no consumo, que é o mais importante.

Esse seria apenas um comportamento esperado da taxa de cliques em relação ao aumento de impressões.

Caso seu doce de abóbora não fosse atrativo, apesar de ainda muito saboroso, o garçom inicialmente passaria exibindo-os na bandeja com a mesma animação, mas provavelmente não atrairia o olhar dos consumidores (baixa impressão). Estes, consequentemente não pegariam os produtos (menor CTR, taxa de cliques) e também não os comeriam (menor número de visualizações).

Ao perceber essa dinâmica, o garçom passaria a oferecer cada vez menos dessas unidades, já que elas não demonstraram gerar interesse, por mais que você, o chef, garanta um sabor excelente.

A mesma coisa acontece se você tem um ótimo vídeo, mas que não chama a atenção pela thumbnail e título.

O algoritmo do YouTube entende que sua criação não é boa e que pode desestimular o público a continuar consumindo. Assim, a oferta (impressões) no YouTube cai.

Para complicar a situação, no caso dos vídeos, vale lembrar que outros fatores entram nesse jogo, por exemplo: o engajamento, que pode ser medido por meio de comentários, compartilhamentos, retenção de visualizações e curtidas.

Não é difícil transpor esses conceitos para nosso exemplo do restaurante interativo.

Vejamos:

  • Elogios (comentários),
  • Tapinha nas costas (curtidas),
  • Sugestões para os amigos também provarem o doce daquele restaurante (compartilhamentos),
  • E por último e mais importante, o fato das pessoas comerem o doce inteiro (retenção).

Até mesmo saber quantas pessoas consumiram apenas uma unidade (espectadores únicos: outra nova métrica) pode ser interessante.

Relação entre impressões e CTR ao engajamento

Para relacionar impressões e CTR ao engajamento, vamos a mais alguns exemplos fictícios:

Em um próximo caso, você fez seus levantamentos e percebeu que o público-alvo gosta muito de brigadeiro. Seu público também gosta muito de camarão.

Assim, em um momento de pouca lucidez, nasce uma ideia “genial”: o brigadeiro de camarão.

Você bate um papo com o garçom, que não sendo lá tão perspicaz (a inteligência dele é apenas artificial), acredita se tratar de um ótimo conceito, já que os dados mostram que, de fato, o público gosta muito daquelas duas coisas.

Desse modo, você faz seus inovadores brigadeiros de camarão e eles ficam lindos. Em seguida, você os entrega para o restaurante e lá vai o garçom oferecê-los às pessoas.

A belíssima criação atrai muito o olhar do público (número de impressões alta) e muita gente pega para experimentar (CTR alto).

A essa altura, o garçom está feliz da vida e já se prepara para ir buscar mais unidades para exibir, até que percebe algo diferente:

  • Alguns consumidores mordem o doce e largam metade no prato (baixa retenção),
  • Outros mal o colocam na boca e já cospem de volta (não chega nem a contar como visualização),
  • Outros levantam da mesa e vão embora (término de sessão),
  • Ninguém oferece para os amigos (baixo compartilhamento) e
  • As conversas cessam, dando lugar a um silêncio constrangedor (pouquíssimos comentários).

Em uma situação dessas, não preciso nem dizer que o garçom vai praticamente parar de exibir seus doces.

Não que ele vá jogar tudo fora, mas pode ter certeza que vai ficar bem difícil encontrar essas iguarias sendo exibidas por ali.

E é isso que o YouTube faz no caso de caça-cliques (clickbait). Se a plataforma percebe que apesar da procura e dos cliques, o público não demonstra gostar do seu vídeo, o algoritmo passa a entregar cada vez menos seu conteúdo.

A moral da história é que de nada adianta analisar dados separadamente ou trabalhar apenas um ponto.

Para seu vídeo ser um sucesso, você vai precisar atender aos interesses do público, criar uma thumbnail e título atrativos (para que esse público tenha vontade de clicar) e ainda ter um conteúdo de qualidade, que garanta satisfação aos espectadores e, consequentemente, engajamento, deixando o algoritmo feliz e trabalhando para você.

O lado bom é que com as métricas impressões e taxa de cliques você pode entender melhor o que se passa com seu conteúdo e como ele é recebido pelo público.

Você já está analisando essas métricas?

Conta para a gente nos comentários quais são os dados que você mais analisa em seu canal no YouTube.