Investidor-anjo: o que é e como encontrar um?

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Investidor-Anjo: O Que É e Como Atraí-lo para Seu Negócio

O investidor-anjo ajuda empresas a desenvolverem o seu potencial, normalmente por meio de recursos financeiros.

Hotmart

28/03/2023 | Por

O investidor-anjo é aquela pessoa que aplica parte do seu próprio capital em empresas com alto potencial de valorização, buscando um retorno financeiro. Assim, os empreendedores ganham um dinheiro importante para impulsionar o negócio, enquanto o investidor espera que o montante repassado se multiplique.

Essa é a forma mais comum de atuação do investidor-anjo, mas é possível que ele nem mesmo entre com recursos financeiros, mas apenas com a ajuda intelectual de alguém que entende de dinheiro e quer repassar a sua experiência para empreendedores.

Neste post, falaremos mais sobre as características do investidor-anjo e de como essa é uma ótima opção para empresas que tenham uma boa perspectiva de criar infoprodutos interessantes para o mercado. Boa leitura!

O que é um investidor-anjo?

Nem todo empreendedor terá o dinheiro necessário para colocar em prática o seu projeto. Assim, ele precisa atrair investidores para iniciar o negócio. Entre as principais fontes de recursos para empresas em estágio inicial estão os fundos de investimento e os investidores-anjos.

Um investidor-anjo, de modo geral, é ou foi um empreendedor de sucesso na iniciativa privada. Desse modo, ele adquiriu capital próprio, experiência e conhecimento em empresas em seus estágios iniciais de formação.

Quando ele coloca dinheiro em um negócio que está começando, ele assume um papel minoritário nessa sociedade. Em muitos casos, uma única empresa pode receber dinheiro de várias pessoas ou grupos, o que diminui significativamente o risco de prejuízo para os investidores.

Nesse contexto, é importante diferenciar o investidor-anjo de outra figura que é bastante citada: o sócio-investidor. O primeiro não participa diretamente da gestão do negócio, já o segundo tem essa opção, mesmo que escolha não exercê-la.

O interessante é que o investidor-anjo não ajuda o empreendedor apenas com dinheiro, mas também com o seu conhecimento de mercado. Assim, ele pode oferecer conselhos informais e mentorias, bem como acionar a sua rede de contatos para buscar clientes e investir também.

Outro detalhe importante é que o investidor-anjo não aparece no contrato social. Por isso, eventuais problemas jurídicos que ele enfrente não recaem sobre a companhia. A recíproca também é verdadeira: questões legais que compliquem o empreendedor não atingem o anjo.

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Qual é o objetivo do seu trabalho?

O nome desse tipo de investidor pode transmitir uma aura benevolente, mas isso não significa que eles são ansiosos para colocar dinheiro em qualquer tipo de projeto. Como afirma um profissional entrevistado em uma matéria do Uol, o investidor é anjo — mas não é santo.

Assim, o principal objetivo desses investidores é encontrar empresas inovadoras. Essa disrupção pode ser exemplificada pelo produto que elas têm, no seu processo de produção ou no gerenciamento, por exemplo.

O negócio precisa ter um potencial de crescimento rápido, uma demanda crescente e escalabilidade. Até por isso, a execução e a apresentação da ideia por parte dos empreendedores é fundamental para o sucesso da parceria.

O investimento anjo é uma forma de financiamento direcionada principalmente a startups por parte de pessoas físicas. Em geral, os investidores-anjos são pessoas que enriqueceram e passam a reservar parte das suas economias para estimular e apoiar o empreendedorismo.

Outro dos objetivos do trabalho do investidor-anjo é acompanhar a evolução dos negócios e funcionar como uma espécie de mentor aos empreendedores que recebem seu apoio. Assim, a parceria não se limita ao repasse do dinheiro — e pode ser que o capital nem seja o foco, como veremos daqui a pouco.

De modo geral, os investidores-anjos se tornam sócios da empresa durante o tempo em que dure a aplicação feita por eles. Depois, é comum que eles revendam aquela participação para os sócios originais, após o negócio atingir um certo grau de maturidade e rentabilidade.

Nesse sentido, essa parceria é importante para as duas partes. O investidor-anjo pode revender a sua parte e lucrar com isso; já a empresa que recebe o aporte tem o “colchão financeiro” necessário para conduzir o negócio no início, focando na produção.

O investimento de conhecimento

Embora a gente esteja falando principalmente de investimento financeiro até aqui, há um detalhe muito importante: há casos em que o anjo nem entra com dinheiro. Nesse caso, ele mentora e aconselha o empreendedor.

Assim, há um “investimento de conhecimento”. Esse modelo costuma ocorrer quando a empresa já tem outras fontes de financiamento ou os sócios já têm um capital substancial na formação daquele negócio.

Contudo, a forma mais comum de parceria é mesmo por meio do investimento em dinheiro no negócio, com o objetivo de que aquela empresa possa crescer mais rápido e render dividendos também para o anjo.

Uma das vantagens dessa parceria é que ela é bem mais simples, principalmente quando pensamos em modelos como os fundos de investimento.

VÍDEO: Construindo um negócio: como é a jornada do empreendedor | Conrado Adolpho no FIRE FESTIVAL 2019

O que é preciso para conseguir um investidor anjo?

Como esse modelo de investimento-anjo se tornou bastante popular, é indicado que o empreendedor que esteja buscando um financiamento se concentre em pessoas que tenham um histórico de apoiar projetos similares ao que ele quer emplacar.

Conseguir um investidor-anjo pode ser a última peça que você precisava para que a sua empresa decole de vez ou para garantir uma injeção financeira que estimule outras pessoas a se juntar. De qualquer modo, algumas das dicas para buscar esse financiamento são as seguintes:

Pesquise sobre o mercado de atuação

Antes de tomar decisões muito ambiciosas, certifique-se de que você pesquisou muito sobre a área de atuação da sua empresa ou projeto. Além disso, teste e valide suas ideias com possíveis clientes, pessoas do seu networking e parceiros.

Também é importante checar o que os concorrentes estão prometendo, para que seu negócio acabe não focando em uma solução similar e que já esteja em estágio muito mais avançado no mercado.

Avaliar esses pontos é essencial, uma vez que você poderá apresentar o seu pitch para o seu possível investidor-anjo e provar os seus diferenciais.

Prepare bem a apresentação da empresa

Nessa hora, não é uma boa ideia confiar na sua intuição e na sua “capacidade de falar bem, de improviso”. Lembre-se de que você estará lidando com um profissional experiente, que vai exigir informações claras e um projeto bem definido.

Por isso, monte uma apresentação que contemple fatores como o modelo de negócio, o produto ou o serviço desenvolvido e quais serão as necessidades que a sua empresa vai atender no mercado.

Na sua apresentação, você também deve falar sobre as fontes de receita do negócio, como o investimento será utilizado e detalhar informações sobre o faturamento esperado.

Descubra onde ele está

Onde os investidores-anjo estão? Antes que você pergunte: não, não é uma boa tocar a campainha das suas casas. Prefira buscar pessoas na sua rede de contatos, em eventos da área e até em concursos e programas de empresas já consolidadas.

Leia publicações da área, como revistas de finanças, negócios e tecnologia, que sempre contam com depoimentos de empreendedores que chegaram lá. E pegando o gancho do tópico anterior: não procure um investidor sem uma apresentação preparada!

Qual é o perfil dos investidores-anjos atuando no Brasil?

Os dados de uma pesquisa recente da Anjos do Brasil, uma organização sem fins lucrativos que reúne os investidores-anjos e apoia o empreendedorismo no país, mostra o perfil desses profissionais

Os números mostram que esses empreendedores são, majoritariamente, empresários com grande experiência e que acumularam muito dinheiro ao longo das suas trajetórias. Assim, de acordo com a pesquisa, os investidores-anjos do Brasil reúnem as seguintes características:

  • eles preferem (84% dos entrevistados) colocar dinheiro em modelos de negócios B2B, nos quais empresas vendem para outras empresas. Em segundo lugar, fica o B2C, de vendas de empresas para consumidores individuais;
  • os setores preferidos, em 2021, foram a agricultura, a tecnologia educacional e os serviços financeiros;
  • 83,5% dos investidores-anjos fazem suas escolhas de aplicações por meio de redes envolvendo outros investidores. 33,5% optam pelas dicas de amigos e conhecidos;
  • 84% deles se identificam como pertencentes ao gênero masculino. Esse número já foi de 93% em 2019, o que mostra um crescimento considerável das mulheres nesse meio;
  • de acordo com dados da pesquisa, o Brasil investiu cerca de R$ 1 bilhão, 0,70% do valor aplicado pelos investidores dos EUA.

Tudo pronto para buscar esse apoio?

Buscar e receber o apoio de um investidor-anjo, como você viu até aqui, é algo sério. Assim, é muito importante entender o que isso realmente significa antes de buscar o seu.

Ao receber um investimento-anjo, você precisa ser 100% claro com o investidor. Portanto, nada de “maquiar” informações e inventar fontes de receita que simplesmente não existem. Lembre-se de que os danos serão muito maiores para você do que para ele.

Afinal, o investidor-anjo simplesmente retira o apoio e parte para outra — enquanto você fica com o filme definitivamente queimado no mercado. Isso porque, como vimos, esses empreendedores costumam atuar por meio de redes com outros investidores.

Como o investidor-anjo também tem um papel de mentoria, é preciso estar aberto para ouvir críticas e buscar soluções conjuntas. Caso o seu perfil seja mais centralizador, pode ser difícil trabalhar com esse tipo de empreendedor. Só não se esqueça de que essa é uma das melhores formas de fazer o negócio sair definitivamente do papel.

Para entender ainda mais sobre aplicações financeiras, aproveita para ler o nosso post com 7 dicas de investimento para empreendedores!