Design thinking: etapas e como aplicar

Inovar é o sonho de qualquer empreendedor que deseja ver seu negócio prosperar e se destacar dos concorrentes. Mas esse é um processo bastante difícil. Ainda mais com tantas transformações

O Design Thinking já é usado por grandes organizações para auxiliar a tomada de decisão. Aprenda como aplicar essa abordagem em seu negócio

Inovar é o sonho de qualquer empreendedor que deseja ver seu negócio prosperar e se destacar dos concorrentes. Mas esse é um processo bastante difícil. Ainda mais com tantas transformações ocorrendo a todo momento e com o consumidor cada vez mais exigente.

Agora imagine se existisse uma forma de tornar o processo de inovação e tomada de decisão mais fácil, ampliando a visão de todas as opções disponíveis? Pois essa abordagem não só existe como é utilizada por empresas famosas, como Nike, Procter & Gamble e Apple para solucionar problemas e maximizar lucros.

Estamos falando do Design Thinking. E, apesar do nome, não está relacionado apenas com profissionais de design ou de marketing.

Você também deve estar pensando: “Nike e Apple são grandes empresas. Portanto, o Design Thinking exige muito investimento”. Errado! O Design Thinking não está relacionado a recursos, mas sim a como utilizamos o que já temos em mãos.

Quer saber mais sobre o Design Thinking, seu funcionamento e como aplicá-lo em seu negócio? Então continue lendo este texto.

Veja só o que você vai aprender neste artigo:

O que é Design Thinking?

O Design Thinking se refere ao processo de pensamento criativo, permitindo organizar ideias e tomar decisões com mais assertividade.

É importante deixar claro que ele não é uma metodologia e não traz uma fórmula para ser aplicado. Portanto, não existe um caminho pronto ou um passo a passo a ser seguido.

O Design Thinking cria um terreno fértil para a geração de insights, ajudando a encontrar a solução para os problemas, que será diferente conforme a situação.

Nas palavras de Arne Von Oosterom, fundador da Design Thinkers Group: “Design Thinking é uma abordagem para inovação centrada no ser humano. Combina o pensamento criativo ao pensamento de negócios para gerar valor e prover soluções de longo prazo”.

E ele pode ser aplicado de diversas maneiras. Em empresas, é bastante comum usar o Design Thinking para encontrar soluções para problemas diversos. Como esse processo permite ver os problemas sob diversas perspectivas, permite alcançar um consenso.

Além disso, o Design Thinking pode ajudar na criação de novos produtos e serviços. Por meio da reunião de talentos e visões de diversas áreas, fica fácil criar soluções com grande valor agregado, maximizando a chance de sucesso.

Em poucas palavras, o Design Thinking ajuda a definir objetivos e traçar os melhores caminhos para alcançar estes resultados e, principalmente, para mantê-los e otimizá-los.

Como essa abordagem surgiu?

Apesar de ter ganhado força com o desenvolvimento da internet e das novas tecnologias, o Design Thinking surgiu há mais de 70 anos, o que significa que ele é mais velho do que muita gente que está lendo este texto.

De acordo com o site Interaction Design Foundation, a ideia de usar novas abordagens para problemas complexos ganhou força na Segunda Guerra Mundial. Esse evento mudou drasticamente os modelos de gestão, produção e design, adaptando estes processos para produção em grande escala.

Engenheiros, arquitetos e até mesmo cientistas começaram a convergir para a resolução de problemas de forma coletiva, impulsionados pelas mudanças sociais que ocorreram nesse período, incluindo o surgimento de novas potências globais e tendências de consumo.

Essa forma de pensar foi evoluindo até o princípio da década de 50, quando as primeiras referências de Design Thinking foram aplicadas em outras áreas de conhecimento como comunicação e indústria farmacêutica.

Com o passar dos anos, outros profissionais viram que era possível alavancar seus resultados, ao “dar um passo para trás para visualizar o todo”, e começaram a reestruturar e modernizar processos já existentes, focados em seus objetivos a médio e longo prazo.

Todo esse processo evolutivo culminou no modelo de Design Thinking que é aplicado hoje. Ele é a junção de três fatores: o que as pessoas querem + o que é viável para o mercado + o que é tecnologicamente possível.

Quais são as etapas do Design Thinking?

Vamos usar o exemplo de um produtor digital para apresentar cada fase do Design Thinking.

João Pedro tem um curso online sobre culinária vegana que vendia bem. No entanto, ele está gastando muito com campanhas na rede de anúncios, o que faz com que o custo de aquisição de seus clientes seja muito alto.

Ele decide então parar de fazer anúncios e suas vendas caem 37%.

Imersão: identificando problema

Para resolver um problema é preciso, antes de mais nada, conhecer sua origem. Na maioria dos casos, os empreendedores nem sabem que têm um problema, pois estão obtendo bons resultados.

No entanto, se eles fizessem uma mudança simples na rotina operacional, poderiam ter um resultado ainda melhor. Ou seja, o problema nem sempre é algo de proporções catastróficas, ele pode ser apenas uma oportunidade de melhoria que você está deixando passar.

A etapa de imersão consiste em avaliar o desempenho de sua empresa e a qualidade de seu produto, considerando o ponto de vista de todos os envolvidos: pessoas de sua equipe, fornecedores e cliente final.

Para isso são feitas várias pesquisas, entrevistas com consumidores e busca de tendências (Cool Hunting), mas, principalmente, muitos exercícios de observação. A observação é o que permite diferenciar o que as pessoas realmente fazem/gostam, daquilo que elas falam que fazem/gostam.

Mas não se preocupe, você não precisará seguir nenhum cliente seu na rua. Atualmente, existem ferramentas que te ajudam a observar seu cliente sem precisar sair do computador.

No caso do João Pedro, podem estar acontecendo dois problemas:

• As pessoas não percebem valor na oferta dele: muitos usuários acessam a página de vendas, mas não se sentem confiantes para fazer a compra, pois não entendem como aquele produto pode ajudá-las a resolver um problema.
• A segmentação das campanhas está errada: o custo por clique está alto, porque o anúncio está aparecendo para pessoas que não têm interesse pelo produto.

Ideação: pensando em soluções

Depois que você identificou o problema, que também pode ser uma oportunidade de melhoria, está na hora de fazer um brainstorming. Essa técnica, que significa “tempestade de ideias” em português, consiste basicamente em propor ideias sem nenhum julgamento.

Não se apegue demais ao aspecto prático! Apenas pense nas soluções que você acha que poderiam agregar valor à jornada de compra do cliente. Acredite, você terá tempo suficiente para verificar se sua ideia é aplicável na próxima etapa.

Não há limite de ideias nessa fase. Mas é importante que mais pessoas participem do brainstorming, incluindo aquelas que podem ser beneficiadas com as soluções propostas. Ao final desse processo, não se esqueça de documentar suas ideias.

Se você realmente se dedicar nessa etapa, a lista tende ao infinito!

Ideias que podem ajudar o João a melhorar suas vendas ou reduzir seu custo com anúncios:

• criar minicursos online para as pessoas conhecerem melhor o produto;
• anunciar em sites específicos de produtos veganos;
• oferecer degustação de pratos veganos em restaurantes;
• criar um game interativo em sua página de vendas, etc.

Prototipagem e desenvolvimento: colocando sua ideia em prática

Chegamos ao momento de validar as ideias apresentadas, ver o que se encaixa no seu projeto e nas suas ações e colocar seu plano em prática.

Apesar de ser a última etapa de sua trajetória, a prototipação pode acontecer em paralelo às outras fases. Como isso funcionaria? Você tem uma ideia, cria um protótipo, testa para um público menor e avalia os resultados.

Dependendo do desempenho, essa ideia pode ser implementada, mas isso não te impede de testar outras soluções para o mesmo problema.

O João decidiu criar um desafio online para aumentar o engajamento de sua audiência. O vencedor do game ganha acesso ao produto. A ideia aumentou o tráfego para a página de vendas, mas ele vendeu poucas unidades. Nesse caso, ele pode descobrir formas de otimizar o game ou partir para outra solução, e assim, sucessivamente.

Quais as vantagens do Design Thinking?

Todo empreendedor que se preze está sempre de olho no retorno das estratégias e investimentos que faz. Afinal, ninguém quer perder dinheiro e sofrer com resultados pífios.

Nesse sentido, o Design Thinking se destaca de outros processos de tomada de decisão. Você não precisa gastar muito para implementá-lo, ao mesmo tempo que seus resultados são muito expressivos.

O Design Thinking permite que você identifique e desenvolva os diferenciais competitivos de seu negócio. Com isso, você conquista o mercado e os consumidores com mais facilidade.

Outra grande vantagem dessa abordagem é que, como ela envolve diversos pontos de vista, permite encontrar soluções criativas e colaborativas para os problemas enfrentados. Assim, os colaboradores são incluídos nos processos de decisão, sendo mais valorizados e ganhando em produtividade.

É possível aplicar o Design Thinking em pequenos negócios?

Com o exemplo do João, foi possível perceber que o Design Thinking pode ser aplicado em negócios de diferentes portes.

A diferença de seu empreendimento para a Nike está na quantidade de recursos que você tem para investir e na quantidade de pessoas que estarão envolvidas no processo, que em seu caso é bem menor.

Fazer uma análise exaustivamente ampla antes de cada decisão pode parecer trabalhoso, mas é exatamente o contrário. Uma vez que você toma decisões empáticas, baseadas nas percepções de seus clientes e parceiros, fica muito mais fácil oferecer uma boa experiência de compra e, consequentemente, fortalecer sua reputação online.

Existem algumas ferramentas que podem te ajudar nas diferentes etapas do Design Thinking.

• Análise SWOT ou Análise FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças) – Serve para identificar os pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças a sua empresa.
• Benchmarking – Procure saber o que as empresas de seu nicho estão fazendo, isso pode te ajudar a identificar oportunidades de melhoria em seu negócio. Os buscadores (Google, YouTube, Bing) são seus maiores aliados para realizar essas pesquisas!
• Além da própria construção da persona que vamos apresentar detalhadamente no próximo tópico.

Como usar sua persona no Design Thinking?

Todo produto ou serviço é desenvolvido para alguém. Se você começa seu empreendimento pensando apenas em suas necessidades, certamente não terá bons resultados, não importa o quão bom seu produto ou serviço seja.

É aí que entra a figura da persona. A persona é uma representação semifictícia de seu cliente ideal, com suas motivações, desejos, expectativas e necessidades. Esse perfil é criado a partir de pesquisas e análise de dados, que identificam as características mais significativas das pessoas que acessam sua página, compram seu produto ou que te seguem nas redes sociais.

Nós já temos um post muito completo sobre o tema aqui no blog.

Neste tópico, nós não vamos aprofundar no conceito de persona, e sim mostrar como este personagem auxilia o processo de Design Thinking, respondendo três perguntas simples:

Quando utilizar a persona?

Criar personas é especialmente útil na geração e validação de ideias para um negócio. Considere a fase de Ideação, por exemplo. Você precisa avaliar as dores da persona e conhecer suas expectativas para, só então, pensar nas soluções que atendam a essas demandas.

Em muitos casos, você não precisará fazer nenhuma mudança em seu produto, e sim na experiência de compra, o que já ajuda a fazer uma boa economia de tempo e de dinheiro.

Como a persona influencia na escolha da melhor estratégia?

Geralmente, os empreendedores têm dúvidas sobre a quantidade de personas que seu negócio deve ter. Esse número vai depender do porte de seu negócio. No entanto, quanto mais maduro seu negócio for, mais dados você terá para criar diferentes personas.

O maior benefício de mapear os diferentes perfis de seu consumidor é poder desenvolver soluções personalizadas e eficientes em resposta às necessidades desses grupos, em vez de uma solução genérica.

Como seu negócio se beneficia com as personas?

Entender melhor o que motiva seu usuário é a chave para inovar e conquistar a fidelidade. O cliente satisfeito sempre voltará a comprar de você ou indicará seu serviço para outras pessoas. É um ciclo onde todo mundo vence: o cliente tem uma boa experiência, e você vende mais.

Quais os melhores cursos de Design Thinking?

Independentemente de qual seja o assunto, sempre há a oportunidade de buscar por cursos para auxiliar no aprendizado e também para implementar metodologias quando necessário.

No caso do Design Thinking, não é diferente.

Há a possibilidade de investir na capacitação para entender sobre as melhores técnicas e formas mais indicadas pelo mercado para que os benefícios dessa metodologia sejam usufruídos com mais facilidade.

No mercado, há a possibilidade de você se aprofundar no tema no curso oferecido pela Fundação Instituto de Administração, também conhecida como FIA, uma das principais instituições do país e mais bem reconhecidas.

Além dela, há outras instituições que também fornecem cursos relacionados ao tema, como PUC, ESPM, Senac e IBMEC.

Quais os melhores livros de Design Thinking?

Quem deseja se aprofundar no assunto em casa, também existem livros que valem a pena a leitura. A seguir, indicamos alguns dos principais. Confira!

Design Thinking, de Tim Brown

O primeiro deles é o livro Design Thinking, de Tim Brown — indicado especialmente para as pessoas iniciantes no assunto. Na obra, o autor traz uma abordagem leve e didática que trata sobre como é possível que as empresas sejam mais criativas e inovadoras, de modo que o aspecto humano seja utilizado em grande parte para a solução de problemas.

Por meio dessa leitura, você tem a oportunidade de conferir alguns casos reais, histórias práticas e ótimos exemplos para se identificar com o tema, além de conhecer métodos muito eficientes que o autor observou ao longo de toda a sua experiência.

A Jornada do Design Thinking, de Michael Lewrick, Larry Leifer e Patrick Link

Neste livro escrito a seis mãos, os autores também trazem um ótimo conteúdo sobre Design Thinking, ideal para as pessoas que desejam entender um pouco mais sobre o assunto.

Na obra, os escritores explicam com mais detalhes exemplos sobre como as pessoas podem utilizar a metodologia no dia a dia de trabalho, além de explicar quais foram os últimos desenvolvimentos do Design Thinking e como é possível manter o foco sempre no usuário.

A obra também aborda como é possível utilizar métodos de Design para a transformação digital, de modo que diferentes metodologias possam ser implementadas em desafios distintos.

Isto é Design Thinking de Serviços: Fundamentos, Ferramentas, Casos, de Jakob Schneider e Marc Stickdorn

Por fim, indicamos o livro “Isto é Design Thinking de Serviços”, dos autores Jakob Shneider e Marc Stickdorn.

Nesse livro, os escritores abordam inicialmente sobre alguns conhecimentos básicos, além de explicar também sobre a ferramenta e o cenário atual da metodologia.

Ou seja, ideal para quem deseja, além de conhecer sobre o método, identificar como ele é utilizado nos dias de hoje e quais são os pontos positivos existentes e que podem ser levados em consideração.

Design Thinking funciona para qualquer modelo de negócio

Se você chegou até o final deste artigo, deve ter percebido que o Design Thinking é uma abordagem que visa à inovação e solução de problemas a partir de uma perspectiva mais empática e, portanto, funciona para qualquer modelo de negócio.

Afinal, o objetivo de toda empresa é criar um relacionamento duradouro com seus clientes e isso começa por oferecer a melhor experiência de compra possível.

Se você gostou deste material e quer aumentar as suas possibilidades de faturamento, confira como conquistar renda extra online no guia definitivo da Hotmart.