Síndrome de burnout: o que é e principais sintomas
O esgotamento físico e psicológico é comum no ambiente de trabalho. Descubra como a Síndrome de Burnout pode ser combatida!
A Síndrome de Burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é considerada um distúrbio psíquico definido em 1974 pelo psicólogo alemão Hebert J. Freudenberger. Está associada a um estado de tensão emocional e estresse crônico, ambos provocados pelas condições de trabalho oferecidas ao trabalhador. Isso abrange os aspectos físicos, emocionais e psicológicos.
Você sabia que transtornos mentais são a terceira maior causa de abstenção no trabalho? Infelizmente, eles ainda são tratados como tabu pelas empresas, especialmente porque são facilmente associados à loucura e, até mesmo, à “frescura” — o que não condiz com a realidade.
Apesar da falta de atenção a essas questões — ou, talvez, devido a elas — é cada vez mais comum vermos profissionais com a Síndrome de Burnout.
Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu a síndrome dentro da lista da Classificação Internacional de Doenças com o código QD85, dentro do capítulo de problemas associados ao emprego e desemprego.
Neste post, trataremos do impacto que a doença tem tido no mundo atual, de como ela pode afetar o trabalho e também dos principais sintomas para poder ficar atento. Continue a leitura e confira!
Afinal, o que significa Síndrome de Burnout?
O burnout é um vocábulo constituído de duas palavras de origem inglesa: burn (queimar) e out (por inteiro). Apesar de serem parecidos, o burnout é diferente do estresse. Esse último pode aparecer em diferentes contextos, enquanto o primeiro é motivado pelo esgotamento em relação à atividade ou ao ambiente laboral.
Quais são os impactos do esgotamento profissional?
Os custos do esgotamento profissional são altos tanto para as organizações quanto seus colaboradores. As pessoas que apresentam tal síndrome costumam ter uma queda drástica na produtividade, perdem oportunidades, estão mais propensas a erros e atrasam a entrega de projetos, por exemplo.
Por sua vez, o negócio também é afetado. Ele passa a sofrer, entre outras coisas, com acidentes de trabalho e aumento nos gastos com saúde do trabalhador, começa a apresentar problemas com a má gestão (dependendo da pessoa que está com a síndrome) e com alta rotatividade de colaboradores.
As consequências disso são a perda de clientes, o comprometimento da saúde dos funcionários e a diminuição da competitividade organizacional.
Quais são os principais sintomas da Síndrome de Burnout?
A identificação do esgotamento pode começar nos menores sinais. No entanto, ao longo do tempo, eles vão se tornando cada vez maiores, e é quando há a eclosão da Síndrome de Burnout. Abaixo, conheça alguns dos principais sintomas.
Queda acentuada da produtividade
Imagine que nada agora é como antes. A produtividade despencou e você não consegue mais realizar os trabalhos no horário comercial.
Por sua vez, isso gera um acúmulo de tarefas, fazendo você ficar cada vez mais ansioso e estressado por não alcançar o sucesso desejado.
A queda da produção é um dos primeiros sintomas da Síndrome de Burnout e, geralmente, vem seguida da baixa qualidade na execução de tarefas, que antes eram facilmente realizadas.
Sensação de impotência
Falando em estresse, o acúmulo de tarefas e responsabilidades e as constantes pressões associadas ao não aproveitamento das competências dos colaboradores causam uma sensação de impotência.
Logo, a falta de expectativas tende a tornar o ambiente de trabalho um fardo para algumas pessoas. Em diversas ocasiões, isso gera colapso físico e emocional e queda na autoconfiança, fazendo o colaborador sentir que seu trabalho não tem mais sentido.
Somatização
Dores de cabeça, falta de apetite, taquicardia, baixa imunidade e falta de ar são apenas alguns dos problemas causados pela somatização, que é a manifestação física de transtornos mentais.
Quando perceber que a presença de certas doenças é frequente, sem qualquer motivo aparente, o colaborador deve observar o ambiente de trabalho. A manifestação desse sintoma depende do nível de envolvimento com ele.
Enquanto algumas pessoas conseguem administrar bem a situação, outras não. No entanto, é preciso destacar que isso não significa falta de força de vontade.
Alteração de humor
Sabe quando você pergunta qualquer coisa para uma pessoa no trabalho e ela logo se estressa ou dá uma resposta “atravessada”? Pode observar: em grande parte dos casos, essa reação está atrelada ao esgotamento e às exigências do trabalho.
Se o sintoma for com você e qualquer coisa o irritar, deixando-o sensível ou triste, tente identificar se o problema no trabalho está ultrapassando as barreiras e interferindo na socialização com os colegas.
Como tratar o problema?
O Ministério da Saúde defende um tratamento basicamente feito por meio de psicoterapia e uso de medicamentos, como antidepressivos e/ou ansiolíticos, que devem ser receitados pelo médico.
No entanto, a própria pessoa que sofre com a Síndrome de Burnout pode se ajudar com algumas atitudes simples aplicadas ao cotidiano.
Desconecte-se das obrigações
Pratique a desconexão das redes sociais e do próprio trabalho quando estiver fora dele. O excesso de informações ao qual estamos expostos traz mais estresse e imediatismo para o nosso cotidiano, agravando o esgotamento psicológico.
Hoje em dia, já existe até uma denominação para os excessos de tecnologias e redes sociais em nosso dia a dia: FOMO (Fear of Missing Out ou medo de perder algo). Este problema está associado ao fato de ficarmos conectados 24 horas, gerando angústia e mau-humor, contribuindo para o esgotamento.
Aproveite os momentos de lazer
Tenha momentos de lazer, pratique atividades físicas e esteja perto de quem te faz bem. O exercício físico, por exemplo, é um ótimo remédio no combate ao estresse, sem contar os benefícios que ele traz para a saúde.
Portanto, aproveite os momentos de folga. Mesmo que não esteja fazendo nada, é possível descansar. Isso o ajudará a ter forças para combater os sintomas do burnout e evitar o acúmulo de estresse e ansiedade em sua rotina.
Procure ajuda dos seus superiores
O trabalho está te desgastando de tal maneira que você nem sente mais vontade de ir? Uma boa maneira de lidar com essa questão é conversando com seus superiores.
Exponha a eles toda a situação, converse sobre soluções (como diminuição na carga das obrigações) e, se possível, peça uma licença ou o adiantamento das férias.
A transparência é crucial na conquista da confiança dos superiores e também para alertá-los sobre a organização do ambiente de trabalho.
Em diversas situações, o problema está no formato do negócio e nas pressões exercidas sobre os colaboradores. Assim sendo, a conversa pode ser fundamental para contornar a situação e evitar que outras pessoas sofram com o problema.
Por que a saúde mental é tão importante no ambiente de trabalho?
O ser humano não é uma máquina. Ele tem emoções, sente cansaço e gosta de se sentir valorizado. Por isso, a Síndrome de Burnout serve como alerta para que as organizações tratem com mais cuidado a saúde mental no ambiente de trabalho.
Se a mente está cansada, ela perde sua eficiência e seu rendimento. Logo, não adianta trabalhar mais, os resultados serão aquém do esperado. Isso faz com que a frustração aumente e as decisões importantes sejam adiadas.
Tem uma frase interessante do escritor François de la Rochefoucauld que retrata bem a questão:
“Quando não conseguimos encontrar tranquilidade dentro de nós mesmos, de nada serve procurá-la noutro lugar.”
Ao menor sinal da Síndrome de Burnout, procure um tratamento adequado e práticas que o ajudem.
Esperamos que tenha gostado do nosso post!
Aprenda também como melhorar sua rotina de trabalho aplicando a matriz de GUT para priorizar tarefas e projetos!