Trabalhar na internet é a escolha de quem quer mais flexibilidade, ser seu próprio chefe, fazer os próprios horários e atuar de onde quiser. Mas um ponto que pode passar despercebido em meio a tantos benefícios é a questão da saúde mental na internet – que impacta principalmente quem trabalha neste meio.

E essa é uma percepção de quem usa esses recursos até de forma recreativa. Segundo a pesquisa Datafolha Saúde Mental dos Brasileiros 2022, encomendada pela Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (Abrata) e pela Viatris:

79% dos brasileiros acreditam que as redes sociais podem contribuir para aumentar os problemas de saúde mental e 26% confessam se sentir cobrados para manter uma atividade constante nessas redes.

Portanto, mais do que nunca, devemos falar sobre saúde mental na internet para que possamos aproveitar sempre todos os benefícios que o digital nos oferece!

Saúde mental na internet: quais são os impactos?

Como podemos ver, a percepção geral é que as redes sociais e os recursos online podem ter impacto na saúde mental.

A superexposição nas redes sociais, vício em internet e até o uso pouco controlado podem levar a alguns quadros que são relativamente novos.

É o caso do FOMO (Fear of Missing Out), que se refere à ansiedade pelo medo de perder alguma coisa por não estar conectado e da síndrome do toque fantasma, quando passamos a ouvir por notificações que não vieram, por exemplo.

Além disso, alguns estudos mostram que o aumento no tempo dispensado utilizando as redes sociais relaciona-se ao sentimento de isolamento do mundo real, o que pode contribuir para o desenvolvimento de transtornos mentais.

Isso sem contar que esses canais abrem espaço para o cyberbulling, em que há perseguição, humilhação, ameaças e atos de violência verbal e psicológica de forma intencional, para os haters e para as fake news, que podem, de fato, influenciar na saúde mental das pessoas.

Essas situações nos deixam em constante estresse, como um estado de alerta constante.

Fora todo o medo de julgamentos, que foi relatado na pesquisa citada no início deste texto.

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E quem trabalha na internet, como lidar?

Como você já sabe, e pode ser até o seu caso, inúmeras pessoas têm escolhido ou almejado trabalhar na internet, por conta de todos os benefícios conhecidos, como não ter chefe, maior flexibilidade de horário e lugar e a possibilidade de viver do que se ama. 

Issaaf Karhawi é uma pesquisadora do tema e falou sobre isso no palco do Fire Festival 2023. O que ela diz é que, na verdade, quem trabalha nas redes sociais tem, sim, um chefe invisível, que seria o algoritmo.

“Quem é esse algoritmo se não um chefe invisível? Sabe por que é um chefe invisível? Porque o algoritmo te pune. Se você não posta todo dia, você não perde alcance? Aí você tem que ir lá e injetar um pouquinho de dinheiro. Se você não adere aos formatos novos das plataformas, você não é penalizado? Me digam, esse chefe invisível te diz o que ele espera de você?”, provocou a especialista durante a sua fala.

Portanto, a liberdade que muitos procuram ao recorrer à internet pode não ser encontrada. Porque o criador de conteúdo e o digital influencer têm uma dependência das próprias plataformas, das marcas que podem gerar publis, do que é esperado pelos seguidores…

Mas existem formas de contornar isso, para cuidar da saúde mental na internet e aproveitar todos os benefícios que o digital oferece. 

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3 dicas para equilibrar a saúde mental de quem trabalha na internet

A ótima notícia é que existem formas de mitigar toda essa pressão e buscar estratégias que permitam aproveitar todas as vantagens do digital, preservando a própria saúde.

1. Procurar autonomia fora das plataformas

Depender do Instagram, do TikTok e até do YouTube pode ser ainda mais exaustivo do que usar esses canais como meios para algo seu.

“A ideia, para quem é criador de conteúdo ou influenciador, celebre sua primeira publi, agradeça seus recebidos, mas pense em formas de conseguir consolidar uma carreira sustentável a ponto de você poder depender das plataformas, mas ter fora delas algo garantido”, explica Issaaf.

Alguns exemplos é criar uma newsletter, gratuita ou até paga, assim você tem um canal direto com a audiência e pode ter trocas ainda mais interessantes.

Outra alternativa é a criação de infoprodutos. Assim, você monetiza o seu conteúdo em forma de curso online ou comunidade e usa as redes sociais de forma mais moderada para alcançar novos públicos.

2. Valorizar o seu tempo

Como creator, é importante estabelecer limites e ter tempos offline, focados no descanso ou no lazer.

“Toda vez que a gente pensar no tempo acelerado das plataformas e nas reivindicações de hiperaceleração, esse é o momento de dar um passinho para trás e pensar que tempo é tecido da vida”, recomenda a especialista.

Durante a palestra, Issaaf mencionou uma frase de Michele Prazeres, com quem trabalha, que é “a gente tem que descansar porque somos humanos e não porque o descanso aumenta a capacidade de trabalhar”.

O que leva à reflexão: de fato conseguimos descansar sem culpa e pelos motivos certos? 

Portanto, pensando em preservar a saúde mental na internet, é preciso pensar no tempo fora dela. Se você for um empresário maior, pode até contar com semanas offline, com o negócio gerido por terceiros – isso certamente vai ajudar.

Para quem está sozinho pode ser mais difícil, mas é preciso fazer possível.

3. Ter ações coletivas

Por mais solitária que seja a jornada de criadores de conteúdo, pensar de forma coletiva pode ser um grande diferencial para que ninguém se prejudique, chegando à exaustão trabalhando online.

“Quando a gente conseguir reunir as demandas de quem atua com o digital, mais fácil vai ser para a gente ter um cenário de menos exaustão algorítmica e mais colaboração entre criadores e plataformas”, refletiu Issaaf Karhawi.

 

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Delegar é uma das formas de preservar a saúde mental na internet

Pensando de forma coletiva, você tem pessoas que podem te ajudar com as demandas de criação de conteúdo online?

Pode ser uma sociedade, colaborações ou até terceiros para te ajudar no dia a dia.

“Tome consciência da necessidade do que você precisa hoje, da saúde mental, do tempo que deseja passar com sua família, com seus filhos. Talvez você faça tudo, mas não é bom com a gestão de tráfego. Você pode procurar um gestor de tráfego para te apoiar nessa jornada. É muito mais fácil você andar acompanhado do que você andar sozinho”, indicou Paulo de Freitas, sócio-fundador da Família Sublimática, empresa focada em produtos personalizados, que participou de um painel no Fire Festival 2023.

Para contar com serviços específicos e especializados, você que trabalha com a Hotmart pode contar com o Hotmart PRO, uma ferramenta que reúne os profissionais das principais habilidades no mercado digital.

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