
O que é golden circle, exemplos e como aplicá-lo?
O círculo dourado — ou golden circle — é uma teoria que é representada por um gráfico circular, separado em três diâmetros, com a orientação de dentro para fora, o qual expressa três indagações essenciais: por que, como e o quê.

O que veremos nesse post:
O círculo dourado — ou simplesmente golden circle — é um conceito relativamente novo, mas que, nos últimos anos, vem “chacoalhando” as empresas que são focadas em desenvolvimento e em competitividade. Desde divulgado por Simon Sinek, em 2009, o termo tem ganhado espaço e relevância entre os gestores mais engajados.
Se você é apaixonado por inovações e quer estar sempre por dentro das novas oportunidades, não deixe de ler este texto até o final! No post, você poderá entender um pouco mais sobre o conceito do golden circle e, inclusive, conhecer a sua origem e, claro, outros aspectos também relevantes.
Além disso, vai saber como ele funciona e por que você deve aplicar as diretrizes do método se quiser aumentar a sua influência — e, é claro, a do seu negócio.
Para fechar com chave de ouro, você vai ter acesso a exemplos reais de empresas que aplicaram o círculo dourado em suas estratégias e se deram muito bem com isso. Vamos conferir?!
O que é o círculo dourado e como ele surgiu?
O círculo dourado — ou golden circle — é uma teoria que é representada por um gráfico circular, separado em três diâmetros, com a orientação de dentro para fora, o qual expressa três indagações essenciais: por que, como e o quê.
Essa figura direciona um tipo de pensamento e uma comunicação que levaram empresas e líderes a terem muito sucesso em suas carreiras e nos seus empreendimentos. A ideia do golden circle é começar o desenvolvimento de um projeto com este questionamento: “por quê?”.
Segundo Simon Sinek — criador desse conceito —, o mais importante para que uma empresa alcance os seus objetivos é entender, com precisão, o motivo pelo qual ela existe.
E essa é a essência do golden circle: considerar a razão da existência de uma ideia, de uma organização, de um produto ou de um serviço, para depois apresentar como fazê-lo e do que se trata essa solução.
O surgimento do conceito
Simon Sinek é um autor britânico-americano e palestrante motivacional. Ele criou a ideia de golden circle e escreveu o livro “Start With Why (2009)”, no qual aborda essa teoria.
Além do livro, Simon explica, em uma palestra exibida pelo TED Talks, como líderes e empresas inspiram ações nas pessoas e como os consumidores escolhem comprar uma ideia ou até mesmo seguir um propósito específico.
Em sua fala, ele conta que, ao observar o mundo, de modo geral, e também as empresas que se destacam no mercado, como a Apple, percebeu que existe um padrão de comportamento dos idealizadores: todos eles pensam, agem e se comunicam fundamentados em um porquê.
Seja um líder mundial, seja um grande inventor, seja uma grande empresa, em todos os casos, o que faz com que uma marca ou uma pessoa prosperem de maneira diferenciada é justamente o fato de saberem o motivo pelo qual estão desenvolvendo aquele projeto. E essa razão de existir é o que dá sentido ao “o que” (a solução) e ao “como” (o processo para chegar à solução).
Portanto, ao considerar esse princípio, existe uma grande chance de essa marca se diferenciar e se destacar no mercado.
Os objetivos do círculo dourado
De acordo com Simon, o círculo dourado tem um objetivo bem claro quando aplicado à estratégia corporativa: criar ou desenvolver o valor de um novo produto, de uma ideia ou de um negócio.
Na prática, o peso da tática está justamente no poder de direcionar os empreendimentos para o que, de fato, é importante na jornada de inspirar o mercado: conquistar consumidores fiéis e maximizar os resultados da companhia. Uma das observações de Sinek, compartilhada durante a sua palestra do TED, é emblemática para explicar a essência do golden circle:
As pessoas não compram o que você faz, elas compram o porquê você faz.
Essa citação deixa claro que um produto não é apenas um produto. É, na verdade, a tradução de uma crença, de um desejo e, até mesmo, de um sonho.
A explicação das organizações bem-sucedidas, portanto, não está apenas na organização de seus processos e/ou na tecnologia que aplicam — embora tais atributos também sejam fundamentais para o bom funcionamento dos processos.
O sucesso empresarial, por outro lado, está diretamente ligado à capacidade de uma marca reunir, inspirar e encantar um público, valorizando a essência da organização acima de tudo. E o círculo dourado, como é proposto por Sinek, é uma ferramenta importante para fortalecer esse posicionamento.
Qual é a importância do golden circle?
Em resumo, é possível afirmar que a importância do círculo dourado basicamente fala de um método altamente útil, especialmente para o universo do empreendedorismo e para o desenvolvimento de negócios de impacto (e que tenham um propósito).
A realidade é que, na prática, isso permite que a sua audiência se identifique com a sua marca e, mais do que isso, decida comprar dela em razão do que está por trás da sua existência e por conta do engajamento e da empatia gerados.
Como o círculo dourado funciona na prática?
O círculo dourado é um guia que mostra a importância de criar discursos inspiradores que partam de um propósito, de uma crença bem fundamentada. Por isso, a ideia é seguir de dentro para fora, do “porquê”, passando pelo “como” e, depois, apresentando o “o quê”.
Na prática, podemos pensar em duas situações. Uma, que acontece com maior frequência, partindo do “o que”, depois do “como” e, nem sempre, as organizações e os líderes incluindo o “porquê” de fazer o que fazem.
Por exemplo, uma empresa de roupas, que não se comunica dentro dos parâmetros propostos por Simon, poderia ter uma abordagem assim: “Na loja X, você encontra roupas da última moda, feitas com materiais de alta qualidade, para garantir o seu conforto e o seu bem-estar”.
Em contrapartida, se formos imaginar essa mesma loja de roupas, o seu discurso poderia ser um pouco diferente, levando em consideração um propósito, como “Acreditamos que você não precisa escolher entre conforto e estilo. Por isso, fazemos roupas da última moda, usando materiais de alta qualidade, para que você se sinta confortável e bem-vestido”.
O produto, o “o que”, continua sendo as peças de roupas. Nesse caso, o “como” seria feito com qualidade, mas há um motivo, que é a crença de que “você pode estar confortável e bem-vestido ao mesmo tempo”. Pensando nesses três pontos, vamos falar sobre cada uma delas a seguir:
O que (ou what)
É a solução que uma marca entrega. É o produto ou o serviço final, que o consumidor vai comprar, por exemplo: o computador, a roupa, o carro, o imóvel, o serviço contratado.
Aquilo que é tangível, direto, é o que cada marca entrega. Não é, necessariamente, o motivo pelo qual o seu consumidor se encanta ou se inspira.
Como (ou how)
O “como” é o processo. Ou seja, de que maneira o produto ou serviço vai beneficiar o consumidor. Quais são as atribuições ou características dessa solução, quer dizer, que fazem com que ela cumpra o propósito? O “como” responde à pergunta-chave.
Por que (ou why)
O porquê, como citado anteriormente, é justamente o propósito do negócio. É a base que sustenta a marca, o que a leva a se diferenciar das outras.
Qual é a relação do golden circle com o cérebro humano?
Essas três camadas das quais acabamos de falar podem ser comparadas com a estrutura que o cérebro humano tem. Quer entender como?
Bem, se formos analisar o topo para a parte inferior, vamos perceber que ele se divide em três principais componentes — embora, nesse contexto, podemos considerar apenas dois deles. Vamos lá!
O neocórtex, que é o nosso “cérebro mais novo”, se relaciona com o “o que” do círculo dourado, enquanto o nosso sistema límbico está mais associado ao “por que” e ao “como”.
Isso acontece porque o neocórtex equivale à parte exterior do nosso cérebro, da mesma forma que o “o quê”. Nesse sentido, não estamos restringindo à semelhança ao posicionamento de ambos, mas, sim, relacionando as funções que eles desempenham.
Entenda: o neocórtex está associado à linguagem analítica e racional, ou seja, ele “constrói” o que nós pensamos. Portanto, é por meio dessa capacidade que os indivíduos, de forma geral, conseguem perceber facilmente o que as pessoas e as empresas fazem.
Por outro lado, o sistema límbico, que também é chamado de reptiliano, é responsável pelos nossos comportamentos, bem como pelos sentimentos e pelas sensações. Sendo assim, é possível afirmar que ele é responsável pelas nossas atitudes.
Quando nos identificamos com uma empresa, isso não acontece pelo neocórtex, que é a via mais “racional”, mas, sim, pelo sistema límbico, que é mais “emocional”. Por essa razão, cada vez mais, podemos observar que as marcas mais inspiradoras têm explorado constantemente a afetividade para com o seu público-alvo.
O intuito, nesse caso, é manter uma relação que seja próxima, duradoura, que vai além da mera oferta de preços mais baixos, por exemplo.
Como aplicar o golden circle em seu negócio?
É necessário fazer um exercício de reflexão interna para ter autoconhecimento e, dessa forma, achar essa força motriz do negócio, caso ainda não a tenha encontrado. Vale ressaltar que isso não é uma tarefa fácil. Afinal, é preciso entregar tempo e dedicação para que essa essência seja encontrada e para que, principalmente, ela seja honesta e coerente.
Em contrapartida, muitas organizações até sabem o seu propósito, mas não expressam esse “porquê” em sua comunicação.
Portanto, por mais que elas tenham um excelente motivo para existir, se não mostrarem isso em sua linguagem e em suas ações, é necessário repensar a abordagem usada e, a partir dela, a necessidade de trazer essa missão à tona.
Quais são as empresas que já adotaram o golden circle?
Muitas empresas, mundialmente conhecidas e com grande atuação no mercado, inclusive, aderiram a esse conceito e construíram as suas marcas seguindo essa orientação.
A exemplo, temos: Nike, Apple, Disney e Coca-Cola. São organizações que têm um discurso que se conecta com o que a biologia chama de “cérebro límbico”, como comentamos. Essa é a região do nosso cérebro e responsável pelos nossos sentimentos.
Ou seja, o que essas marcas fazem é estabelecer um vínculo emocional com os seus consumidores, de modo que eles se sintam mais confortáveis para comprar os seus produtos e seus serviços. Com isso, a escolha dos consumidores deixa de ser apenas racional e passa a ser sentimental e afetiva, como se algo mais intrínseco influenciasse realmente essa decisão.
Quais são os resultados que o círculo dourado já gerou às empresas que o adotaram?
Agora que você já entendeu um pouco mais sobre o conceito e se aprofundou na construção da estratégia, sabendo exatamente qual é o ponto de partida e qual é o objetivo final do círculo dourado (ou golden circle), temos certeza de que está empolgado para começar a trabalhar o seu próprio propósito, certo?
No entanto, antes disso, vale conhecer alguns exemplos de empresas que foram bem-sucedidas ao se posicionarem de acordo com o seu (ou os seus) porquê(s). Afinal, nada melhor do que se inspirar em quem realmente conseguiu descobrir o que é realmente importante: a essência e a missão.
Apple
A empresa de Steve Jobs é, sem dúvidas, uma das referências quando o assunto é propósito. De acordo com o próprio fundador, a marca foi criada para soltar o pensamento criativo, investindo em design. É muito mais do que apenas fabricar computadores e dispositivos móveis.
Nesse caso, Sinek reforça que, além de forte, a missão da Apple é transmitida em todos os produtos da companhia. Por isso, os clientes são inspirados e motivados a desejar os itens da “maçã” — e, como resultado, as vendas aumentam muito.
Natura
Vale ter um exemplo brasileiro, né? A Natura é um bom parâmetro de marca coesa e que sabe bem qual é a sua missão — e cresce em função disso.
De acordo com as comunicações da empresa e de seus líderes, a marca investe em relacionamento. O foco é trazer harmonia às interações do indivíduo com a sociedade e satisfação consigo mesmo. A forma que ela encontrou para isso foi por meio do uso de fragrâncias.
Tesla
Tesla é uma empresa automotiva que também tem o seu porquê bem estabelecido. Além disso, tem um propósito muito relacionado ao meio ambiente. Segundo a marca, a missão da Tesla é “acelerar a transição do mundo para a energia sustentável”.
O modo como a organização faz isso é mostrando que “veículos elétricos podem ser melhores, mais rápidos e mais divertidos de dirigir do que carros a gasolina”. Para isso, a empresa fabrica carros movidos à energia elétrica e, com isso, faz com que o mundo dependa cada vez menos de combustíveis fósseis.
Além de carros elétricos, ela também fabrica aparelhos de geração e armazenamento de energia limpa. Todo o seu discurso sustentável é o que dá base para oferecer produtos que proporcionam uma vida menos poluente. Logo, a Tesla oferece um norte para uma sociedade mais limpa, ambientalmente falando, por meio de seus produtos.
Até aqui, ficou fácil perceber que, para além de uma estratégia empresarial, o círculo dourado (golden circle) é uma forma de encarar o mercado e tudo o que o cerca — inclusive a sociedade. Sendo assim, é preciso considerar que a paixão e a missão importam e devem ser valorizadas.
Agora que você conheceu mais sobre Golden Circle (Círculo Dourado), que tal repensar o posicionamento da sua marca? Além disso, aproveite para conferir agora como criar um curso online em vídeo 2.0 com a Hotmart!