Tratamento de áudio - a imagem contém a ilustração de um notebook com um programa de edição de áudio aberto.

Produção de Vídeos

Conheça os principais conceitos e dicas sobre tratamento de áudio

Saiba o que você precisa para ter a melhor qualidade possível!

Luciano Baêta

18/05/2019 | Por Luciano Baêta

Se você vai trabalhar com áudio para vídeos ou podcasts, provavelmente precisará fazer pequenos ajustes no som para ter a melhor qualidade possível.

Então, antes de de falar sobre tratamento de áudio, já adiantamos que assim como acontece ao trabalhar imagens, a melhor maneira de se ter um som excelente é realizando uma ótima captação.

Isso inclui escolher o tipo de microfone mais apropriado, posicioná-lo a uma distância correta, tomar cuidado com a acústica do ambiente e garantir que o sistema de som não tenha ruídos em excesso.

Caso ainda tenha dúvidas sobre essa parte do processo, não deixe de assistir nosso Hotmart Tips sobre captação de áudio. E para entender mais sobre parâmetros como bit depth, sample rate e compressão de arquivos, leia também nosso artigo no blog sobre qualidade de áudio.

Aqui vamos falar especificamente de como lidar com áudio após a etapa de captação, ou como podemos processá-lo da melhor maneira possível no computador para garantir um som mais limpo, com dinâmica controlada e volume adequado. Vamos lá?

1. Softwares

Antes de falarmos sobre tratamento de áudio propriamente dito, vale mencionar que hoje em dia a maior parte dos softwares de vídeo possuem boas funcionalidades de áudio. Então, nem sempre você precisará utilizar um editor dedicado.

Como existe uma grande quantidade de opções no mercado, vamos falar apenas dos conceitos e aplicações gerais das ferramentas. Desse modo, esteja você utilizando o Audacity (gratuito), Adobe Audition, Reaper, Sony Vegas ou mesmo um editor de vídeo, tudo o que será dito aqui provavelmente poderá ser replicado no software de sua escolha.

Dependendo do programa, você também terá várias opções de presets (parâmetros pré-configurados) de áudio. É bastante recomendável testar essas pré-configurações, pois podem te dar soluções eficazes ou já deixar o resultado bem próximo do esperado, necessitando apenas de alguns ajustes menores.

2. Equalização

Quando falamos sobre equalização, nos referimos a regulagem de volume em faixas de frequências específicas. Em equipamentos mais simples, as opções podem ser apenas um controle geral de graves e agudos (bass/treble). Porém, existe um tipo de equalizador (EQ) chamado paramétrico, que te permite controles mais refinados. Recomendamos utilizá-lo no tratamento de áudio, caso o seu software te dê essa opção.

Tratamento de áudio - Equalizador paramétrico do Audacity

Equalizador paramétrico do Audacity

Diferentemente do processamento de áudio em música, para vídeos e podcasts é provável que você não precise alterar tanto a equalização, desde que se tenha feito uma boa captação, utilizando equipamentos de boa qualidade. Entretanto, uma dica útil é realizar um corte nas frequências mais graves, abaixo de 80 Hz, por exemplo.

Para a voz, esses graves provavelmente não farão falta, mas removendo essas frequências você garante que ruídos desnecessários (gerados por vibrações do microfone/suporte, ou causadas por vento, por exemplo), serão minimizados.

No caso de vozes femininas, por geralmente serem mais agudas, é possível realizar um corte ainda mais agressivo (até 150 Hz).

Talvez você já encontre algum preset para esses cortes sob a denominação de high pass (filtro passa-altas).

Tratamento de áudio - Hi-pass filter de 80 Hz a -48db/Oct no equalizador do Adobe Audition

Hi-pass filter de 80 Hz a -48db/Oct no equalizador do Adobe Audition

Equipamentos como mesas de som, gravadores e até alguns tipos de microfones também costumam ter essa opção, permitindo já realizar uma captação sem frequências desnecessárias para voz.

Chave de filtro passa-altas 150 Hz -6dB/oct

Chave de filtro passa-altas 150 Hz -6dB/oct

Mesa de som com chave high-pass filter 80Hz

Mesa de som com chave high-pass filter 80Hz

3. Redução de ruídos

Uma funcionalidade de grande interesse para quem está aprendendo a lidar com tratamento de áudio é a redução de ruídos (noise reduction / denoiser / noise removal / noise suppression).

Aqui é preciso lembrar que esse tipo de função não faz milagres. Ruídos muito altos ou barulhos esparsos são bem mais difíceis de serem removidos, para não dizer impossíveis.

Plugins e recursos do tipo costumam funcionar bem ao remover sons constantes e baixos, como, barulhos de motores elétricos (ar condicionado, geladeira, ventoinha de computador etc).

Esses sons podem ter nomes mais específicos como “hum” (quando são mais graves) e “hiss” (mais agudos). Há ainda os “clicks” (pequenos estalos constantes ou espaçados) e “crackles” (similar ao som de crepitação). Essas definições podem ser úteis ao procurar presets nos plugins de remoção de ruídos.

Há ainda alguns tipos de redutores de ruídos que identificam o padrão sonoro (noise print ou perfil de ruído) para posteriormente atuarem em cima desses sons específicos. Para funcionarem bem, é recomendável gravar alguns segundos de “silêncio” no começo do arquivo, para que essa parte, sem o áudio principal, sirva de amostra para o programa trabalhar.

Softwares como o Adobe Audition ainda possuem um visualizador de espectro sonoro, com ferramentas para “apagar” partes indesejadas do som, que podem ser facilmente identificadas pelo aspecto destoante na imagem, em relação ao restante do gráfico.

Tratamento de áudio - Espectrograma do Adobe Audition. Os riscos horizontais (amarelos), na parte inferior e à esquerda, representam um toque de celular durante uma fala.

Espectrograma do Adobe Audition. Os riscos horizontais (amarelos), na parte inferior e à esquerda, representam um toque de celular durante uma fala.

Outros softwares, como o Audacity, apesar de também permitirem visualizar o espectrograma, podem não dar opções mais especializadas para trabalhá-lo.

Um outro modo de remover ruídos é utilizando um noise gate. Esse recurso serve para cortar totalmente o volume quando o sinal se mantém mais baixo do que certo valor determinado.

Vale lembrar que qualquer tipo de redução de ruído afeta a qualidade do áudio, sendo essa uma outra limitação desses recursos. Então, não abuse dos parâmetros e tente utilizá-los de maneira leve.

4. Compressão

Quando se fala em compressão de áudio, estamos nos referindo ao controle de dinâmica do som, o que é bem diferente de compressão de arquivo (taxas de kbps em MP3, por exemplo). Porém, como a compressão de arquivo também pode afetar a qualidade do áudio, os conceitos podem se confundir.

Em termos práticos, no tratamento de áudio, o compressor serve para nivelar o volume do som, deixando-o mais homogêneo, evitando picos indesejáveis e garantindo que partes mais sutis não desapareceram, mantendo a fala sempre inteligível.

Esse controle de dinâmica também é importante para garantir uma experiência de audição mais agradável e consistente.

Para ficar mais fácil entender como um compressor atua, imagine um único botão de volume automatizado, mudando seus valores enquanto o áudio toca, de maneira bem rápida. Assim, ele abaixa o som sempre que o nível passa de um certo ponto estipulado, voltando ao seu estado normal logo após esse pico (ou momento de maior ganho) passar.

O valor que definimos para dizer “a partir daqui, abaixe o som” é chamado de threshold (limiar). A velocidade em que o volume será diminuído é chamada attack (tempo de ataque), e a velocidade com que o volume volta ao nível normal recebe o nome de release (tempo de relaxamento). Há ainda a função ratio (proporção), que define o quanto (muito ou pouco) o compressor deve abaixar o volume após ser acionado.

Esses são os controles básicos de um compressor, que pode ainda ter a função hold, que segura o volume por um tempo adicional.

Outro controle comum é o de makeup gain, que é uma compensação de ganho, após a atuação da compressão, para não nos depararmos com um áudio muito baixo.

Tratamento de áudio - Compressão intensa no Audacity (attack 1 ms, release 12 ms, threshold -25, ratio 10:1)

Compressão intensa no Audacity (attack 1 ms, release 12 ms, threshold -25, ratio 10:1)

É importante lembrar que compressão é um efeito que, se mal aplicado, pode mais atrapalhar do que ajudar, criando distorções e adicionando um efeito artificial no som. Como a diferença no áudio deve ser sutil, configurar bem os parâmetros pode ser uma tarefa difícil do tratamento de áudio.

Por isso, como ponto de partida, busque presets relacionados a diálogos e locução. Eles podem estar na categoria dynamic processing (processadores dinâmicos) sob o nome de voice over, speech ou audio leveler.

Se você tiver dificuldades em perceber a atuação do compressor, utilize os medidores visuais de amplitude (barra que indica o valor em dB) ou repare na visualização da forma de onda (waveform), mas nunca se baseie apenas em parâmetros visuais e sempre confie na sua audição em primeiro lugar.

Tratamento de áudio - Repare que a forma de onda, representando amplitude (volume), fica bem mais homogênea no áudio comprimido. No exemplo, foi aplicado um ganho de compensação após a compressão.

Repare que a forma de onda, representando amplitude (volume), fica bem mais homogênea no áudio comprimido. No exemplo, foi aplicado um ganho de compensação após a compressão.

5. Tratamento de sibilância

Em algumas gravações, sons agudos derivados do S podem se tornar bastante incômodos, se sobressaindo em relação ao resto da fala. Esses “assovios”, chamados sibilância, podem aparecer de modo mais intenso de acordo com a característica da voz gravada, ou podem ser realçados pelo equipamento utilizado (tipos de microfone ou configurações de equalização).

A aplicação de compressor no áudio é outro ponto que tende a agravar bastante esse problema, já que o recurso eleva o volume de sons mais sutis, como os associados à sibilância.

A maioria dos softwares possui algum tipo de funcionalidade para reduzir sibilância no tratamento de áudio, geralmente sob o nome de de-esser ou desibilizing. Se trata de uma espécie de compressor que atua especificamente na região de frequências relacionadas ao S da fala (sons agudos).

Tratamento de áudio - DeEsser do Adobe Audition

DeEsser do Adobe Audition

Nas configurações desses plugins, geralmente você pode ajustar a região das frequências afetadas e intensidade do efeito. Lembre-se que parâmetros extremos podem deixar a fala com característica de “língua presa” ou resultar em áudio sem agudos (sem “brilho”). Então, evite exagerar.

Há casos em que a sibilância pode ser atenuada simplesmente reduzindo um pouco algumas frequências mais agudas. É possível, por exemplo, utilizar um equalizador paramétrico para isso, mas sempre dê preferência a um recurso específico.

No caso do Audacity, o software não possui um redutor de sibilância nativo, mas é possível adicionar plugins de terceiros. Um exemplo é o Spitfish.

Tratamento de áudio - Plugin VST (Tecnologia de Estúdio Virtual) Spitfish no Audacity

Plugin VST (Tecnologia de Estúdio Virtual) Spitfish no Audacity

6. Limitador (limiter)

Outra funcionalidade interessante que podemos utilizar no tratamento de áudio para evitar problemas é o limiter (ou limitador).

Por ser um tipo de compressor, ele atua na dinâmica do áudio (níveis de volume), se baseando nos mesmos princípios.

Porém, pense no limiter como um compressor menos flexível, utilizado com o objetivo de segurar picos de áudio em trechos de maior ganho e não só de nivelar o áudio de maneira constante (como costuma ser utilizado o compressor).

Muitas vezes o limiter é colocado como uma barreira, que não deixa de forma alguma o áudio ultrapassar certo valor, não importando o quão alto seja o sinal de entrada. Nesses casos (configurado com threshold “infinito”), o efeito recebe o nome de brickwall limiter.

Os limitadores geralmente são colocados no final na cadeia de efeitos, como um recurso de proteção, evitando clipping (distorção de sinal) ou, na pior das hipóteses, danos aos nossos ouvidos e auto-falantes. Podem ser especialmente úteis em situações onde não possuímos total controle da situação, como em produções ao vivo, por exemplo.

Sobreposição de formas de onda. Os picos foram eliminados após a aplicação do limitador.

Sobreposição de formas de onda. Os picos (em vermelho) foram eliminados após a aplicação do limitador (desenho em azul).

7. Volume geral

Ao realizar o tratamento de áudio para vídeo ou podcast, é comum ter dúvidas sobre se o nível de volume geral está adequado.

A unidade de medida decibel (dB), utilizada frequentemente em áudio digital, se refere à intensidade do som de acordo com a quantidade de pressão que ele gera no ar. O problema é que nossos ouvidos não percebem todas as frequências com a mesma sensibilidade. Assim, níveis em decibéis nem sempre correspondem ao volume de fato percebido por nós.

É por isso que hoje em dia é mais recomendado se basear em LKFS (ou LUFS) para medir volume de som, pois esses padrões consideram não só a medição objetiva, como também avaliam o áudio de modo subjetivo.

Vale procurar por algum recurso (loudness meter, por exemplo) no seu software que dê esses valores, mas também existem sites como o Youlean, onde você pode fazer upload de seu arquivo e verificar a medição.

Tratamento de áudio - Loudness radar meter do Adobe Audition

Loudness radar meter do Adobe Audition

Como recomendação geral, mantenha seu áudio em cerca de -16 LKFS para podcasts e -14 LKFS para vídeos. Por garantia, busque sempre informações de recomendações para cada plataforma ou mídia utilizada, pois esses valores podem variar. Caso tenha dúvidas, pesquise no Google se há alguma especificação a ser seguida.

8. Monitoração

Antes de fazer alterações em áudio, é preciso estar ciente de que a forma como você escuta altera bastante sua percepção do som.

Profissionais de áudio geralmente utilizam salas com tratamento acústico e caixas especializadas (monitores) posicionadas de maneira ideal. Assim, podem garantir uma reprodução bem confiável do som trabalhado. Como essa não é a realidade da maioria das pessoas, existem outras táticas e equipamentos que podem nos ajudar a não sermos enganados por reproduções deficientes.

Escolha boas referências

A primeira dica é escolher boas referências, já que muitas vezes fica difícil julgar a qualidade do áudio que produzimos sem ter uma base de comparação.

Você pode ter dúvidas se o som está muito baixo/alto, grave/agudo, se o nível da música de fundo está afetando demais a voz principal etc. Então, durante o processo, alterne a audição do seu áudio com a de materiais que você julga serem bons e, principalmente, confia na qualidade.

Tenha pelo menos duas ou três referências com características distintas, para que você não caia no erro de tentar recriar uma única sonoridade. Isso poderia te atrapalhar mais do que ajudar, pois se você não tiver os mesmos equipamentos, ambientes e voz de sua referência, com certeza não vai conseguir chegar ao mesmo resultado.

Isso não é necessariamente ruim, mas é preciso ter em mente que referências não são modelos a serem copiados de maneira exata.

Confira o áudio em diversos equipamentos

Se quiser ter mais segurança em relação à qualidade do seu áudio, sempre o confira em mais de um tipo de equipamento de som. Coloque seu vídeo ou podcast para tocar no celular, fones de ouvidos e em aparelhos mais robustos.

Toque também aquelas suas referências nos mesmos equipamentos e compare os resultados.

Confira se todos os elementos de seu áudio se mantém presentes e se não há variações inesperadas nos volumes.

Por exemplo: um certo efeito de som mais grave é tão audível no celular quanto em uma caixa de som mais robusta? Há algum ruído que só aparece nos fones? Um outro efeito sonoro quase some quando você toca o áudio na TV?

Faça esses tipos de observações e tente ajustar o áudio de modo que ele soe da melhor maneira possível nos diversos tipos de falantes. Pode ser difícil obter um resultado satisfatório em todos os equipamentos, mas priorize os principais.

Verifique o áudio em celulares

Como sabemos, o celular é hoje em dia o campeão de consumo de mídia. Por isso, é imprescindível conferir o áudio nele.

Por ter falantes pequenos, em geral esses aparelhos não reproduzem bem as frequências graves e podem nos levar a falsas conclusões. Pode acontecer de você colocar mais graves em uma música (ou voz) do que é realmente necessário ou não perceber ruídos indesejáveis nas baixas frequências (ruídos causados por vento ou vibrações de suportes e pedestais, por exemplo).

A maioria dos modelos também possui apenas um falante externo. Então, nesses casos, o áudio obrigatoriamente soará mono, com ambos os canais (esquerda/direita) misturados pelo aparelho.

É importante mencionar que quando se anula efeitos de pan (variações entre sons na esquerda e direita), podem acontecer cancelamentos de frequências. Por isso, preste atenção se não há detalhes sumindo no som ou se o áudio se mantém sempre equilibrado.

Faça o teste em fones de ouvido

Outro modo bastante comum de consumo de vídeos e podcasts é por meio de fones de ouvido. Se possível, teste o áudio em fones pequenos (tipo in ear) e grandes (headsets fechados ou semi-abertos).

Com fones, você provavelmente perceberá mais detalhes. Modelos maiores tenderão a ter melhor resposta de graves. O isolamento também pode ter bastante influência, permitindo um som com menos ou mais interferência de ruídos externos.

Caso esteja trabalhando som estereofônico (sinais diferentes nos lados direito e esquerdo), é nesses equipamentos que essa desigualdade será mais perceptível. Avalie se a diferença de áudio nos canais (L/R) não está prejudicando a experiência ou se ela é realmente necessária.

Ainda sobre som estéreo, lembre-se que em algumas ocasiões o usuário pode ouvir o áudio em apenas um lado dos fones, ou então utilizando só uma caixa de som (situações muitas vezes causadas por mau funcionamento de aparelhos ou por escolha do próprio ouvinte).

Nesses casos, diferentemente do som mixado em mono, a informação de áudio de um dos canais irá se perder completamente. Pense nisso ao, por exemplo, fazer mixagens onde o áudio do entrevistador se mantém apenas (ou majoritariamente) em um dos lados, enquanto o do entrevistado se mantém no outro. Na maior parte das vezes, esse tipo de escolha resultará em má experiência auditiva.

Teste o áudio em caixas de som

Apesar de menos utilizadas no dia a dia, vale a pena testar o áudio em caixas de som dedicadas. Podem ser caixas portáteis (bluetooth, por exemplo), caixas para computadores (desktop) e até mesmo caixas de aparelhos maiores e melhores.

No caso de um par estéreo, se possível deixe as caixas na altura de sua cabeça, mantendo-as a uma distância equivalente entre cada caixa e seus ouvidos, formando um triângulo equilátero.

A audição em bons equipamentos pode evidenciar detalhes que de outro modo passariam despercebidos. Como usuários que utilizam esses equipamentos costumam se importar mais com qualidade, vale a pena considerar esses testes.

Se achar necessário, toque o áudio em notebooks, TVs, som de carro e onde mais achar viável e útil.

Ao fazer testes e monitorar (não importa em qual equipamento) é importante também não deixar o volume alto. Coloque o som em uma altura mais baixa, mas que ainda assim dê para ouvir bem todos os elementos sonoros.

Isso é importante para não sermos “enganados” pela reprodução, já que o nível de volume também altera nossa percepção do som.

9. Dicas extras

Separamos mais algumas dicas para o seu tratamento de áudio. Confira!

Ordem de efeitos

No tratamento de áudio, a ordem dos efeitos/plugins pode fazer diferença no resultado. Como recomendação geral, manter a sequência que demonstramos aqui pode ser um bom ponto de partida.

Então,

  • primeiro equalize, para já remover frequências indesejadas, sem aplicar outros efeitos sobre elas, o que poderia piorar a situação.
  • Depois passe o redutor de ruídos, para que o compressor e outros efeitos não atrapalhem mais ainda posteriormente.
  • E, aí sim, comprima para nivelar o volume de seu áudio.
  • Em seguida, trate a sibilância, que provavelmente estará mais evidente pelo efeito do compressor.
  • Após, insira o limiter, para garantir que não haverá picos inesperados.
  • Só ao final, coloque o medidor de altura (loudness meter), para saber exatamente como ficou o volume geral.

Master output

Em projetos multipistas, alguns efeitos podem ser aplicados na saída geral (master output), afetando todas as tracks utilizadas, deixando o processo mais prático e permitindo melhor controle do som como um todo.

Plugins, como medidores de altura, devem ficar nesse master output para fazerem a leitura geral do áudio quando houver mais de uma pista. Limiter e compressores, em alguns casos, também podem fazer mais sentido se colocados no rack da master.

Tratamento de áudio - Pistas à esquerda (cada uma com EQ, redutor de ruído e compressor) e master à direita (com limiter e medidor de LKFS) no Adobe Audition

Pistas à esquerda (cada uma com EQ, redutor de ruído e compressor) e master à direita (com limiter e medidor de LKFS) no Adobe Audition.

Fade (suavização)

Sobre cortes no áudio, tente sempre que possível utilizar recursos como o fade (suavização) no começo (fade in) e no final (fade out) dos trechos. Isso evitará que o som inicie ou termine de maneira brusca, o que pode gerar pequenos clicks no áudio.

Tratamento de áudio - Linhas indicando fade no Audition

Linhas amarelas indicando fade no Audition

Normalização (normalize)

Vale a pena também procurar por recursos como o normalize (normalização) para aumentar o volume de toda a faixa de áudio igualmente, de forma que o ponto com o sinal mais alto fique em -1 dB (ou outro valor estipulado).

Desse modo ficará mais fácil visualizar a forma de onda, facilitando a edição visual e exigindo configurações menos bruscas de alguns plugins.

Tratamento de áudio - imagens mostrando áudio original e áudio normalizado

Esperamos que essas dicas te ajudem no processo de tratamento de áudio.

Se você quiser aprender melhor sobre gravação de áudio, dicas e equipamentos, leia nosso post sobre o assunto!