Saiba o que é omnichannel e por que você deve adotar essa estratégia em seu negócio
Seu negócio está preparado para o novo consumidor?
Seu negócio está preparado para o novo consumidor?
A vida é omnichannel. Isso significa dizer que a jornada de consumo já não é algo linear, muito menos restrita a um único ponto de contato com uma marca.
O consumidor pode ser impactado por um produto em uma campanha de mídia em uma rede social; em seguida, fazer uma comparação de preços em diferentes e-commerces com auxílio do Google; e, finalmente, fechar o negócio em uma loja física, por exemplo
Apenas 4% das compras do varejo brasileiro acontecem online. Porém, a internet influencia cerca de 50% das vendas realizadas em pontos offline. Se o consumidor já vive dessa forma fluida, é preciso que as marcas se adaptem e permitam uma experiência contínua entre canais.
Nesse contexto, pensar uma estratégia omnichannel é uma tendência e, mais do que isso, parece ser o destino de quem quer ter sucesso em meio a um mercado cada vez mais competitivo e com consumidores cada vez mais exigentes.
Continue até o fim do texto e saiba mais sobre essa abordagem, os principais desafios e vantagens de sua implementação, sua importância no futuro (e no presente) do e-commerce, além de conhecer marcas que saíram na frente e já atuam dessa forma.
O termo omnichannel é uma junção das palavras “omni”, que significa “tudo” ou “todos”, em latim; e “channel”, que se traduz como “canal”, em inglês.
Assim, essa estratégia pressupõe a integração entre diferentes pontos de contato junto ao consumidor. O seu principal objetivo é garantir uma melhor experiência de compra e também criar e desenvolver um relacionamento mais estreito com o cliente.
Antes de nos aprofundarmos em outros aspectos de uma estratégia omnichannel, é importante já a diferenciarmos de uma abordagem multicanal. O foco da primeira é a integração: as informações de um canal são trocadas com os demais.
No atendimento multicanal isso não se faz necessário. É quando uma loja tem um ponto de vendas físico e também um e-commerce, mas eles atuam de forma separada e independente.
Para ser considerada omnichannel, essa organização deveria possibilitar a compra online e a retirada física do produto, por exemplo.
No Brasil, apenas 3,5% das organizações já atuam de forma omnichannel. Nos Estados Unidos, país líder dessa tendência, esse número não passa de 6% — mais adiante, abordamos as principais dificuldades de sua implementação.
Porém, trata-se de uma modalidade de atendimento que deve entrar no radar de diferentes negócios o quanto antes.
O comportamento do consumidor mudou e é isso que impulsiona a necessidade dos negócios oferecerem um atendimento personalizado e com uma experiência contínua em diferentes canais.
O usuário encontra-se conectado em diferentes redes de forma simultânea e em tempo integral. Em muitos casos, seus amigos e familiares já seguem a mesma tendência. Logo, ele espera o mesmo comportamento das marcas que consome.
É por isso que ser omnichannel é algo que vai muito além de estar presente em diferentes redes. Trata-se de disponibilidade 24/7 com foco no imediatismo — quase como uma onipresença — algo cada vez mais esperado e exigido pelas novas gerações.
O principal objetivo de uma estratégia omnichannel é garantir aos seus consumidores uma experiência única, independentemente do canal pelo qual se estabelece o relacionamento. Para que isso aconteça, o foco na criação de um atendimento exclusivo deve ser prioridade.
Um dos principais desafios nesse sentido é o fato de diferentes canais proporcionarem diferentes jornadas de compra. Além disso, é importante criar uma continuidade também entre o offline e o online — e não somente entre os diferentes canais virtuais.
Veja, a seguir, outras dificuldades da implementação do omnichannel e como superar cada uma delas.
Por mais que seja premissa básica de uma estratégia de omnichannel, a integração de diferentes canais ainda é uma grande dificuldade para os negócios. Como vimos, as estratégias omnichannel ainda se encontram bastante embrionárias, tanto no Brasil como no mundo.
A coleta de dados — e a transformação deles em inteligência — é uma das principais responsáveis pela dificuldade da integração entre os canais.
O omnichannel pressupõe que a central de vendas seja capaz de identificar, por exemplo, os produtos que melhor performaram junto a um consumidor durante a abertura de um email marketing.
Outro exemplo seria a utilização de um algoritmo capaz de prever o comportamento do usuário e, assim, oferecê-lo novos produtos ou serviços de forma personalizada. Em resumo, todos os pontos de contato com o cliente precisam conversar entre si para garantir uma experiência contínua e cada vez mais satisfatória.
Se a ideia do omnichannel é criar uma experiência contínua ao longo de diferentes canais de atendimento, a identificação do usuário é uma questão central para o sucesso de uma organização.
É comum que um ticket resolvido volte a ser uma nova ocorrência, mas nada garante que o cliente vai buscar a solução pelo mesmo canal anteriormente acionado.
Isso diz respeito à integração dos canais e também à troca de informação entre eles. Porém, a identificação facilitada dos usuários tem muito mais a ver com a garantia de uma boa experiência de compra.
Como falamos, a pressa é uma das grandes características do novo consumidor. Ele certamente não quer perder tempo repassando todos os seus dados e informações sobre uma compra em atraso, por exemplo, se ele já tiver feito isso na semana anterior — mesmo que em outro canal.
Outro fator que precisa ser levado em consideração ao se pensar um atendimento omnichannel é a padronização do atendimento. Isso diz respeito ao tom e à linguagem adotados no contato com o cliente, mas vai além disso.
Um atendimento padronizado deve ir além de usar ou não GIFs e memes nos canais digitais, por exemplo. Além da personalização e da personificação do atendimento, a agilidade na resolução de problemas e o monitoramento desses contatos visando o aperfeiçoamento contínuo também devem ser priorizados.
A tecnologia é uma das principais facilitadoras do processo de implantação de uma estratégia omnichannel, especialmente por possibilitar a automatização de diferentes processos.
Sistemas de ERP (Enterprise Resource Planning ou Planejamento dos Recursos do Negócio) e softwares de CRM (Customer Relationship Management ou Gestão de Relacionamento com o Cliente) são exemplos disso.
Sistemas ERP omnichannel ainda são recentes no mercado e só agora se tornam mais acessíveis, assim como eficientes. Quando bem integrados, eles possibilitam que uma compra seja iniciada em um canal e finalizada em outro, mantendo dados de estoque e logística atualizados simultaneamente.
Já o CRM pode ajudar na identificação do usuário, localização de atendimentos anteriores e distribuição mais efetivas de tickets entre colaboradores. O seu principal objetivo — diferentemente do ERP que deve ajudar compras interligadas — é garantir que um atendimento seja finalizado (com sucesso) no mesmo canal em que foi iniciado.
Em outras palavras, nada de solicitar que o cliente entre em contato com um 0800 depois de uma reclamação via Facebook.
Clientes satisfeitos são sempre vantajosos para um negócio. Eles são fidelizados mais facilmente, além de passarem a atuar como fãs da marca, indicando-a a amigos e familiares.
Um atendimento rápido e eficiente, assim como uma experiência de compra que ofereça diferentes possibilidades de pagamento e aquisição do produto contribuem para isso.
Confira a seguir outras vantagens de investir no omnichannel.
A integração de informações traz, ainda, vantagens que vão além de um atendimento mais ágil e eficiente. Essa prática possibilita a coleta de dados e seus cruzamentos em maior escala, trazendo mais inteligência a um negócio.
Com a crescente utilização da inteligência artificial em diferentes nichos do mercado, isso se torna uma vantagem competitiva. Afinal, esses dados — quando bem trabalhados — permitem a criação de outras frentes de comunicação cada vez mais personalizadas, estreitando ainda mais o relacionamento entre marca e cliente.
Vamos supor que um consumidor teve problemas com a entrega de um produto e solicitou atendimento via Facebook. Depois de resolvido o problema, é possível entrar em contato via email pedindo feedback sobre o atendimento ou ainda oferecendo frete grátis na próxima compra por conta do incômodo.
Como você viu ao longo deste texto, o foco do omnichannel é oferecer uma experiência de compra ou atendimento diferenciada.
A integração de canais permite isso, especialmente por respeitar o novo comportamento do consumidor — ultraconectado, com uma noção de tempo e agilidade diferente de outras gerações, e que exige uma maturidade digital das marcas que consome.
Você possibilitar ao seu cliente adquirir um produto e retirá-lo na loja física ou receber em casa é mostrar que você está se adaptando à disponibilidade de tempo dele em vez de limitar suas possibilidades de compra.
Já que o foco do omnichannel está centrado no usuário e em sua experiência, outra vantagens que ele traz é a possibilidade de customização. Podemos retomar o exemplo anterior do cliente que recebeu frete grátis na compra seguinte depois do atraso de uma entrega, visto que ele também se encaixa aqui.
Ao mesmo tempo que o omnichannel padroniza muita coisa, ele também permite a personalização no atendimento. Isso é possível por conta da facilidade em identificar o cliente e conhecer todo o seu histórico de uma só vez.
Os softwares de CRM também são úteis aqui, uma vez que quando um único colaborador resolve um caso do começo ao fim, acompanhando todo o ticket, os níveis de humanização e personalização desse contato também costumam ser mais satisfatórios.
A fidelização de um cliente está muito relacionada à criação de uma relação de confiança. Você dificilmente faz uma nova compra com alguém que não entregou o que prometeu ou que fez isso com um grande atraso, por exemplo.
Quando a primeira experiência é satisfatória, o consumidor volta já sabendo o que esperar. A experiência de compra é cada vez mais priorizada, mesmo nas situações em que isso implica um preço mais elevado.
A integração entre diferentes canais e o oferecimento de uma experiência positiva contínua não só ajuda na fidelização dos seus clientes, como também pode justificar lucros maiores, inclusive considerando que essa prática ainda não é muito comum.
As estratégias omnichannel são recentes, porém já podem ser consideradas uma tendência. Cada vez mais o consumidor busca experiências diferentes, integradas e que satisfaçam todas as suas necessidades — pesquisar um produto online, experimentá-lo em um ponto físico e recebê-lo em casa é um exemplo disso.
Quando isso acontece, existem grandes chances de esse cliente não só voltar a fazer negócios com sua organização, como também recomendá-la a outras pessoas. Como consequência, a visibilidade e a credibilidade de uma marca tendem a ser beneficiadas.
Com a ajuda da tecnologia, é possível mapear e monitorar os resultados de forma muito mais precisa. Ao adotar uma estratégia omnichannel, o foco do negócio passa a ser o cliente e sua experiência.
Não adianta oferecer um atendimento incrível em um momento e outro defasado no contato seguinte. Isso mancha a credibilidade do negócio e é válido lembrar que uma experiência negativa costuma marcar mais que uma positiva.
Assim, os relatórios podem ser utilizados na criação de metas internas para o negócio, de forma que a performance do atendimento seja sempre aprimorada.
Como falamos, o comportamento do consumidor mudou e, mais do que isso, está em constante transformação. Até mesmo a jornada dentro de um funil de vendas já não pode ser entendida como uma estrutura linear e diversos micromomentos influenciam uma decisão de compra. Assim, as marcas precisam se adaptar a esse novo consumidor.
Trata-se especialmente de uma nova geração de consumidores, os nativos digitais. Extremamente engajados, eles pesquisam ativamente sobre os produtos de interesse antes de efetuar uma compra e costumam ser bem munidos de informação.
O uso mobile constante também é uma característica desse público e esse ponto de contato não pode ser negligenciado ao se pensar em uma estratégia omnichannel para o seu negócio.
Para se ter uma noção, em 2017, 27% das compras online foram realizadas por meio de tablets ou smartphones, segundo uma pesquisa da Ebit. Nesse sentido, aplicativos próprios — seja em prol de relacionamento ou de vendas online — são uma tendência crescente.
Essa mesma pesquisa traz outro dado importante: desde 2017, é visível a predominância feminina nas compras online. Tal fator deve ser considerado ao se pensar uma comunicação relevante e contínua entre diferentes canais.
Além disso, também é importante considerar as vantagens que o omnichannel pode trazer a um e-commerce. Pontos de contato integrados aumentam o tráfego à loja virtual, assim como podem gerar leads mais qualificados e bem nutridos.
Diversas consequências podem ser observadas a partir disso, como:
Uma pesquisa sobre a tendência mundial identificou que os principais líderes nessa abordagem são as grandes lojas de departamento, com destaque para Macy’s, Argos e Best Buy.
No Brasil, a atuação da Leroy Merlin e do Magazine Luiza em diferentes canais já chamam a atenção há algum tempo e servem de inspiração para o mercado. Porém, agora apresentamos outras 3 marcas que atuam dessa forma e que talvez você nem tenha percebido.
Como vimos, o omnichannel é uma estratégia muito interessante para quem atua com e-commerce, mas pode e deve ser entendido como uma abordagem mais ampla, que permite um bom relacionamento e cujo foco é sempre a experiência do cliente.
A Netflix é omnichannel? Antes de respondermos a essa importante pergunta, vamos relembrar o passado da gigante do streaming.
O negócio existe desde 1997, tendo iniciado suas atividades como uma locadora de DVDs online. O assinante escolhia o filme que gostaria de receber e a Netflix o enviava por correios.
Foi só em 2007 que a organização adotou o serviço de vídeo on demand e em 2015 que o software foi disponibilizado a grande parte do mundo.
A coleta de dados sempre foi um de seus principais atributos, com algoritmos capazes de oferecer séries e filmes aos seus usuários com base em seu comportamento prévio na plataforma.
Existe alguma diferença entre dar um play em um título no seu celular e, em seguida, continuar a assisti-lo em uma Smart TV? O streaming oferece séries quando você acessa pelo tablet que não são mais localizadas quando o login é feito em outro dispositivo?
A resposta é não. Mesmo presente em diferentes canais, a experiência oferecida pela Netflix é fluida e a ideia é justamente evitar que você perceba a mudança de dispositivo. O mesmo vale para a coleta de dados.
O comportamento em todos os aparelhos é igualmente monitorado, com o objetivo de oferecer sempre mais e mais conteúdos relevantes.
O exemplo da Natura não é dos mais convencionais. A organização de cosméticos brasileira sempre foi referência no varejo descentralizado, por meio de suas revendedoras e seus catálogos impressos.
Em 2014, a organização anunciou a criação de um e-commerce. Na verdade, o portal Natura pode ser entendido até mesmo como um marketplace, uma vez que as consultoras foram envolvidas no processo de vendas online.
É possível realizar a compra junto ao revendedor de sua escolha, por meio do cadastro do nome dele durante o pagamento. A entrega continua sendo feita pela própria Natura e a vantagem ao consumidor são as diferentes formas de pagamento e o prazo de entrega reduzido.
Além disso, desde 2016 a marca passou a contar com lojas físicas em modelo de franquia. Atualmente, o contato com os clientes pode acontecer também por meio de um aplicativo e da venda de produtos específicos em farmácias selecionadas.
Uma estratégia que a princípio poderia ser considerada ousada, mas que parece ter dado certo: no final de maio de 2019, a brasileira anunciou a compra da americana Avon, tornando-se, assim, o quarto maior grupo mundial com foco em beleza.
Assim como a Natura, o Studio Velocity mostra que a atuação em franquias pode facilitar a adoção de uma estratégia omnichannel.
O negócio de ciclismo indoor tem uma atuação ainda limitada a 4 estados brasileiros — São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro — mas já apresenta boas práticas no contato com clientes por meio de diferentes canais.
As aulas podem ser agendadas pelo site ou pelo aplicativo e outra grande comodidade é que é possível frequentar qualquer uma das unidades da franquia, algo muito útil para quem quer manter a rotina fitness mesmo fora de sua cidade.
Esse é um exemplo em que a marca se adapta às condições e necessidades do cliente — como uma viagem — em vez de limitar suas possibilidades.
Para que isso funcione adequadamente, é preciso que exista troca de informações entre as franquias para, entre outras coisas, permitir a identificação desse aluno.
Não é exagero afirmar que o omnichannel é uma tendência mundial. Isso é verdade porque trata-se de uma estratégia que segue o comportamento do consumidor.
Especialmente as novas gerações já não enxergam grandes fronteiras entre os serviços online e offline e exigem um atendimento cada vez mais eficiente — algo possível devido à grande quantidade de marcas concorrentes à sua disposição; no momento em que uma se mostrar ineficaz, ele pode facilmente recorrer à outra.
A consolidação do omnichannel pode não ser simples, mas traz diversos benefícios a um negócio. A prática ainda é uma novidade, o que traz vantagens competitivas para quem apostar nisso desde agora.
É possível que novas marcas sejam criadas já com essa mentalidade. Porém, a adaptação é possível a negócios consolidados, especialmente por já contarem com uma base de usuários.
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