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Brainwriting: como gerar 108 ideias em apenas 30 minutos

Ter ideias para produzir conteúdo ou encontrar soluções para resolver problemas é um gargalo no seu negócio? O brainwriting pode te ajudar.

Como empreendedor, é bem provável que você enfrente esse tipo de situação.

Por exemplo, você decide investir em marketing de conteúdo, fazer publicações nas redes sociais, criar uma newsletter

E aí bate aquela pergunta: sobre o que eu vou falar?

Ou, então, você se depara com um problema no seu negócio: muitos clientes estão pedindo o cancelamento da compra.

Quais são as soluções que você pode aplicar para resolver a situação? 

Existe um método simples, conhecido como Brainwriting, que pode te ajudar a gerar 108 ideias em apenas 30 minutos.

Pensa comigo.

108 ideias são o suficiente para gerar conteúdo para publicar todos os dias por 3 meses e ainda sobrar uma folga.

Se você está com um problema e precisa encontrar uma solução, dentro de 108 ideias provavelmente alguma coisa vai ser aplicável.

E é justamente sobre esse método que eu vou falar nas próximas linhas.

Até o final deste artigo, você verá:

  • o que é brainwriting;
  • quais são as diferenças entre o brainwriting e o brainstorm;
  • quais são as vantagens do brainwriting;
  • e como esse método funciona e quais são as fases dele.

E aí, bora lá?

O que é brainwriting?

O brainwriting, também conhecido como método 6-3-5, é uma técnica desenvolvida para a geração de ideias.

Ele é parecido com o brainstorm e, por isso, é muito utilizado em contextos onde se precisa encontrar uma solução para um problema.

A principal diferença entre os dois métodos é que enquanto em um as sugestões acontecem através da fala, no outro é por meio da escrita

O brainwriting foi criado pelo alemão Bernd Rohrbach nos anos 1960 e tornou-se público quando Bernd compartilhou seu processo na revista Absatzwirtschaft em 1968.

O objetivo desse método é gerar 108 ideias em 30 minutos. 

Isso não significa que todas elas serão boas, mas as chances são que, com um volume tão alto de sugestões, tenha algo que seja aplicável.

Nas próximas linhas eu vou te explicar como ele funciona e cada uma das suas etapas, mas primeiro…

Quais são as diferenças entre brainwriting e o brainstorm?

Você provavelmente sabe o que é e já até participou de um brainstorm em algum momento.

Esse método foi criado pelo publicitário americano Alex Osborn e é uma dinâmica em grupo onde as pessoas vão sugerindo ideias, que são anotadas em um quadro e depois avaliadas.

Essa técnica é muito útil para encontrar soluções para problemas e desenvolver novos produtos e campanhas publicitárias.

Só que ela apresenta um grande inconveniente: uma minoria tende a dominar a sessão de geração de ideias. 

Segundo a professora e pesquisadora Leigh Thompson da Kellogg School of Management, em um grupo típico de seis pessoas, duas delas falam por mais de 60% do tempo.

Isso significa que os outros participantes não têm tantas oportunidades de compartilhar as suas ideias.

Assim, nem sempre o que se tem ao final de um brainstorm são as melhores soluções, já que boa parte dos envolvidos não tiveram a chance de participar apropriadamente.

Ainda de acordo com Leigh Thompson, esse efeito de dominância tende a ser ampliado em grupos maiores.

A solução para esse inconveniente não é necessariamente pedir para as pessoas dominantes diminuírem seu tempo de fala.

Mas, sim, encontrar um método que seja mais democrático e favoreça a colaboração de todos os participantes.

É aí que entra o brainwriting.

Diferente do brainstorm, que acontece pelo compartilhamento oral, ou seja, as pessoas falam suas ideias; no método 6-3-5, as sugestões são escritas.

De forma que todos podem colaborar e tem o mesmo espaço de tempo para fazer isso.

Mas essa é só uma das vantagens do brainwriting. E eu te falo mais sobre elas agora…

Quais são as vantagens do brainwriting?

Não é a toa que a equipe de roteiristas de Breaking Bad (uma série americana de TV vencedora de dez prêmios Emmy) utilizou esse método para desenvolver ideias para a série. 

Ele é extremamente eficiente e promove a participação de todos os membros do grupo, independentemente do nível de expertise deles. 

As principais vantagens do brainwriting são:

É um método ordenado

Todos os processos acontecem de forma organizada. 

Assim, nenhuma ideia se perde no meio do caminho e todas as possibilidades são analisadas.

É um processo democrático

O brainwriting é um método silencioso e anônimo, ou seja, todos podem contribuir sem sentir que estão sendo julgados.

Isso facilita a participação de pessoas tímidas e acaba com a dominância de uma minoria.

É construtivo

Como durante a geração de ideias todos estão em silêncio e livre de críticas, os participantes podem focar em compartilhar suas ideias e colaborar para enriquecer as de outros colegas.

Ninguém fica preocupado em ser ridicularizado por dar uma sugestão inaplicável ou em não conseguir espaço para falar.

Estimula a criatividade

Por fim, as pessoas envolvidas em um brainwriting se sentem mais livres para pensar em soluções diferentes e sugerir coisas fora da caixa.

O que além de estimular a criatividade pode gerar resultados que, de outra forma, não seriam nem cogitados.

Agora que você já conhece as vantagens desse método, eu vou te mostrar…

Como funciona e quais são as fases do brainwriting?

Basicamente, o brainwriting – da forma como foi proposto por Bernd Rohrbach – conta com um mediador e 6 participantes (esse número pode variar de acordo com as necessidades do seu negócio, mas o ideal é que não ultrapasse mais do que 12 pessoas).

Cada um irá receber um papel e, durante um período determinado, eles irão anotar suas ideias.

Quando o tempo acabar, as folhas de papel são trocadas e novamente os participantes registram suas sugestões.

Esse processo é organizado em 3 etapas para que ao final se tenha cerca de 108 ideias levantadas e as pessoas possam selecionar as melhores.

As 3 etapas são as seguintes: 

1. Apresentação do tema

Antes dos participantes começarem a fazer suas sugestões, o mediador deve apresentar o tema, ou seja, o problema a ser resolvido, o produto ou campanha a ser criado…

Ele deve fornecer todas as informações necessárias para que as pessoas possam dar ideias aplicáveis.

Quanto mais dados sobre o assunto ou situação houver, melhor para os participantes.

Depois começam as…

2. Rodadas

Nesta etapa, cada participante receberá um papel e terá 5 minutos para anotar 3 ideias.

Quando acabar o tempo, o papel deverá ser passado para a pessoa do lado e, novamente, começam a contar 5 minutos.

Então, os participantes devem acrescentar mais 3 ideias que podem estar relacionadas ou não às que já estão no papel que agora está nas mãos deles.

Quando acabar os 5 minutos, todo mundo passa o seu papel para a pessoa do lado e começa uma nova rodada.

Esse processo é repetido até que o papel retorne para a mão de quem escreveu as 3 primeiras ideias.

Dessa forma, se feito com 6 participantes, depois de 30 minutos terá sido levantadas 108 ideias (3 ideias x 6 participantes x 6 rodadas =  108).

Durante as rodadas as pessoas não devem conversar entre si, pois o foco é escrever o máximo de sugestões possíveis.

Por esse motivo é importante que todas as informações relevantes sobre o tema tenham sido apresentadas pelo mediador anteriormente. 

3. Consolidação das ideias

Por último, os papéis são recolhidos e as ideias são apresentadas ao grupo, que irá classificá-las em boas ou impraticáveis.

E depois escolherão qual é aquela que melhor se aplica a situação.

Vale ressaltar que nenhum participante pode assumir a autoria de uma ideia ou tentar adivinhar quem sugeriu o quê.

Esse anonimato é importante para que as pessoas se sintam à vontade para colaborar e também valoriza o esforço coletivo.

Assim, a melhor ideia não é de autoria de uma pessoa, mas do grupo que trabalhou junto para resolver o problema proposto.

Conclusão

Neste artigo, você viu como é possível gerar 108 ideias em apenas 30 minutos utilizando o brainwriting, que também é conhecido como método 6-3-5.

Ele funciona basicamente como um brainstorm, só que ao invés de as pessoas falarem as suas sugestões, elas anotam em folhas de papel.

O processo todo é dividido em três fases: apresentação do tema, rodadas (que têm duração de 5 minutos cada) e a consolidação das ideias para escolher aquela que é mais aplicável.

Durante as rodadas do brainwriting, os participantes não podem falar e nem depois assumir a autoria das sugestões ou perguntar quem escreveu o quê.

Isso faz com que esse método seja democrático, construtivo e estimule a criatividade. Além disso, evita que uma minoria domine o tempo de fala e as pessoas mais tímidas se sintam inibidas.